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LINGUAGEM ESCRITA E PRODUçãO DE SENTIDO: EXPERIêNCIAS VIVIDAS POR UM GRUPO DE FONOAUDIóLOGAS NO PROJETO COALA/CAPS INFANTIL
Apresentador : Silvia Daniella Reis Guedes (PUC-SP)
Autor(es) / Coautor(es) : Silvia Daniella Reis Guedes, Daniella Sampaio Zorzi, Flávia Cardoso, Luana Almeida Magalhães, Mariana Fernandes Campos, Rosalice Ribeiro de Moura Abrahão, Vera Lúcia Ferreira Mendes


Introdução: O Projeto Coala é um programa Intersetorial promovido pelas Secretarias Municipais de Saúde, Cultura, Educação e Comunicação da cidade de Barueri, em São Paulo. Tem por objetivo estimular a leitura, ampliar o grau de letramento, resgatar o vínculo familiar mediado pela prática de histórias, fortalecer a função de maternagem e gerar, através das rodas de leitura em espaços públicos e equipamentos sociais, processos humanizados de acolhimento e cuidado da população. Sabemos o quanto cada sujeito apresenta uma relação especial com a linguagem escrita e a partir desta cria uma escrita inédita, (re)construindo seu olhar de escritor a cada etapa de sua construção. Estamos falando, portanto, de um jogo em que o sujeito constrói seu próprio pensamento. A potência da escrita se mostra como uma das maneiras que alguém tem de se expressar e de apropriar-se de suas experiências, ansiedades, angústias, ou seja, de produção de sentidos, de modos de subjetivação. A leitura e a escrita são linguagens que não tem fronteiras em relação a suas potencialidades de significação/significar. Através da leitura e da escrita, o sujeito vivencia papéis e possibilidades de criação de sentido diferentes e inovadores. Desta forma, a escrita se produz a partir do sujeito que se relaciona com as diferentes vozes do coletivo (outro). A leitura entra nesse processo como sendo um modo de poder acessar todo o conteúdo oferecido pela escrita. Trata-se de um exercício de alteridade, encontro e/ou produção de Outros, desdobrando-os em produção de sentido, em invenção de si e do mundo. Objetivo: Analisar os efeitos produzidos pela linguagem escrita, em especial, pela leitura, em um grupo de crianças e adolescentes que participaram do Projeto Coala, refletindo acerca dos deslocamentos produzidos em relação à posição de leitor. Método: Realização de rodas de leitura de livros infantis para dois grupos de crianças e adolescentes em um CAPS Infantil, localizado no município de Barueri, no estado de São Paulo, uma vez por semana, durante o ano de 2007. Os grupos eram abertos e, por esta razão, a cada encontro tínhamos um novo grupo, uma situação inédita que se encerrava a cada encontro. Resultados: A partir da leitura, mediada pelo profissional (fonoaudiólogo), os sujeitos puderam se apropriar e se expressar, por meio da leitura, de modo a resgatar o potencial de cada um em ser leitor e desejar se expressar pela via da leitura e da escrita. A leitura foi uma maneira pela qual os sujeitos puderam simbolizar o mundo e sua relação com o mesmo, criando naqueles encontros (grupos) dispositivos terapêuticos onde os sujeitos revelaram seus processos de angústia e de constituição subjetiva. Dentre as discussões, alguns temas foram recorrentes, entre os quais destacam-se: temas relacionados ao processo de aprendizagem; do desejo e do poder de saber ler e escrever, problemas familiares e sexualidade. Conclusão: A linguagem escrita é, portanto, um campo de produção do sujeito, favorecendo encontros com o que há de particular na experiência do outro, articulando o entendimento, concebendo sentidos que potencializam novas situações e percepções de si e do mundo.


Dados de publicação
Página(s) : p.1047
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa