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INTEGRALIDADE, CUIDADO à SAúDE E PRáTICAS SOCIAIS: A EXPERIêNCIA DO TRABALHO FONOAUDIOLóGICO NA COMUNIDADE DO JAGUARé
Apresentador : Flávia Cardoso (PUC-SP)
Autor(es) / Coautor(es) : Flávia Cardoso, Daniella Sampaio Zorzi, Luana Almeida Magalhães, Mariana Fernandes Campos, Silvia Daniella Reis Guedes, Rosalice Ribeiro de Moura Abrahão, Vera Lúcia Ferreira Mendes


Introdução: A organização do processo de trabalho em saúde está cada vez mais voltada à construção de novas estratégias de atenção à saúde a partir do conceito de integralidade, do acolhimento, vinculo, autonomia e co-responsabilidade. Podemos constatar que ao lidar com as queixas relatadas pelo usuário estamos lidando com pessoas em sofrimento e com experiências de vida complexas. Dentro dessa perspectiva, é importante que o serviço/profissional de saúde tenha uma escuta refinada para o usuário, de modo a implicá-lo nos dispositivos de clínico-terapêuticos disponíveis ao cuidado de seu agravo. Busca-se, portanto, ações acolhedoras e humanizadas capazes de promover uma rede de trabalho afetivo e considerem o as inter-relações e interdependências que permeiam os processos de adoecimento humano. Objetivo: Analisar como o emprego de determinadas tecnologias de cuidado a saúde em uma comunidade pôde modificar as relações dos usuários com os equipamentos de saúde e de educação, favorecendo práticas sociais coletivas. Método: Análise das ações desenvolvidas por um grupo de fonoaudiólogos que atuaram durante o ano de 2006 em uma comunidade localizada na Zona Oeste da cidade de São Paulo. As ações foram realizadas em três CEIs (Centros de Educação Infantil) e dois Nuses (Núcleo Sócio-Educativos) e em um Núcleo de Saúde, onde foram desenvolvidas intervenções clínico-terapêuticas, tais como grupo terapêutico e oficina de linguagem, articulados à assessoria fonoaudiológica às instituições educacionais e a reuniões interdisciplinares com os atores envolvidos no processo de cuidado (incluindo os profissionais de saúde). Resultado: A partir do diálogo com os profissionais envolvidos no processo de cuidado, foi possível estruturar projetos terapêuticos, cujas intervenções foram capazes de oferecer respostas às necessidades dos sujeitos, considerando as características da comunidade na qual estão inseridos. Criou-se uma relação de acolhimento, implicação, autonomia e participação da comunidade tanto nas ações dos serviços de saúde, quanto nas discussões sobre a organização dos mesmos. A potência deste tipo de implementação de praticas sociais pôde ser observada através dos dados levantados durante o período em que as intervenções foram realizadas. Constatou-se que os pais das crianças e adolescentes atendidos tiveram alto índice de aderência aos processos terapêuticos (articulados à implantação de programas de orientação e de educação em saúde com atividades de sensibilização sobre as queixas apresentadas); a discussão e construção de um projeto pedagógico com os educadores permitiu nortear as ações educacionais propostas, ampliando as práticas educacionais pautadas na lógica do letramento com a possibilidade de constituir sujeitos co-participativos e autônomos na comunidade; a implicação do equipamento escolar nas queixas/demandas apresentadas como patologia fonoaudiológica levou ao desenvolvimento de estratégias sociais como alternativa à patologização dos sujeitos; e nesse sentido, permitiu a construção de uma proposta de intervenção clínica que considerou o coletivo como ferramenta fundante do processo de mudança de cada sujeito. Conclusão: Para que esse modelo seja efetivo foi preciso abandonar a conformação individualista e caminhar em direção às idéias coletivas, que favorecem a constituição de intervenções institucionais, acrescentando à racionalidade biomédica concepções de outras ciências e outros saberes.


Dados de publicação
Página(s) : p.1047
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa