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TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR PARA A DISFAGIA ASSOCIADA À ESTENOSE ESOFÁGICA APÓS PRESERVAÇÃO DE ÓRGÃOS (RADIOTERAPIA E QUIMIOTERAPIA COMBINADAS) – RELATO DE CASO
Apresentador : Mariana Saconato (Hospital AC Camargo)
Autor(es) / Coautor(es) : Mariana Saconato, Luciana Passuelo do Vale-Prodomo, Adriane Graicer Pelosof, Luiz Paulo Kowalski, Elisabete Carrara-Angelis


Introdução: A estenose faríngea ou esofágica é uma complicação frequente em pacientes tratados com radioterapia, com ou sem quimioterapia neoadjuvante, por tumores da hipofaringe, laringe e esôfago. Está intimamente relacionado aos quadros de disfagia, principalmente pela presença de estase em hipofaringe e aspirações laríngeas após a deglutição. Tradicionalmente, a estenose esofágica, é tratada com dilatações esofágicas, que nos casos mais graves podem ser sucessivas. A taxa de sucesso deste procedimento nem sempre é efetiva, uma vez que o grau da fibrose da musculatura laríngea e faríngea pode comprometer a técnica, retardando ou impossibilitando o retorno de uma deglutição eficiente.Objetivo: Descrever os resultados da deglutição após dilatação esofágica e terapia fonoaudiológica em um paciente com estenose esofágica adquirida após o tratamento de radioterapia e quimioterapia concomitantes para tumor de base de língua.Material e Método: Paciente com 53 anos, do sexo masculino, com diagnóstico em Outubro de 2004 de carcinoma espino celular de base de língua, tratado com radioterapia e quimioterapia concomitante, com uso de gastrostomia e ausência de ingesta por via oral durante dois anos. Foi submetido à videofluoroscopia e à endoscopia, que mostraram obstrução completa do esôfago cervical. O tratamento da estenose foi realizado através de endoscopia, pela técnica de rendez-vous (via oral e via gastrostomia) e sucessivas dilatações esofágicas. Após quatro dilatações, através de balão hidrostático, o lúmen esofágico não foi restaurado e o paciente permaneceu com disfagia. As avaliações clínica e videofluoroscópica mostraram uma disfagia de grau severo (Disfagia Orofaríngea Mecânica severa nível I - O’ Neil et al. (1999) e aspiração nível 7 - Rosenbek et al. (1996), com redução do contato de base de língua com a parede posterior da faringe, redução da elevação laríngea, estase no esfíncter esofágico superior e nos recessos faríngeos, com aspiração moderada após a deglutição. O paciente foi submetido à 13 sessões de fonoterapia, incluindo-se técnicas de terapia indireta (aumento de força e mobilidade de base de língua, faringe e laringe) e terapia direta, com aumento progressivo da dieta por via oral, usando para isso, manobras de proteção de via aérea inferior e de limpeza faríngea. Após 2 meses, a gastrostomia foi retirada e atualmente o paciente alimenta-se exclusivamente por via oral com todas as consistências..Conclusão: O sucesso total da reabilitação da deglutição de pacientes com estenose induzida pela radioterapia e/ou quimioterapia é complexo e depende basicamente de dois fatores: escolha de exames objetivos que auxiliem no diagnóstico e na conduta terapêutica e a atuação conjunta e sincronizada entre os membros das equipes médicas e fonoaudiológicas, conduzindo de forma adequada o processo de reabilitação e proporcionando melhor qualidade de vida possível.


Dados de publicação
Página(s) : p.115
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa