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A ANáLISE DO TRANSTORNO FONOLóGICO UTILIZANDO DIFERENTES MEDIDAS ACúSTICAS
Apresentador : Luciana de Oliveira Pagan Neves (Universidade de São Paulo)
Autor(es) / Coautor(es) : Luciana de Oliveira Pagan Neves, Haydée Fiszbein Wertzner


Introdução: As análises instrumentais do transtorno fonológico requerem constantes pesquisas nas diferentes línguas. Existem diversas medidas acústicas que podem ser realizadas durante a análise da fala. Alguns estudos recentes apresentam uma medida denominada slope, a taxa de mudança na posição dos formantes dentro de um determinado período de tempo. O interesse em analisar acusticamente o slope e a duração na fala de crianças com transtorno fonológico surgiu com a necessidade de encontrar características que contribuam para a classificação de seus subtipos. Objetivo: analisar acusticamente por meio dos parâmetros de duração e análise do slope, a produção das líquidas /l/ e /r/ em crianças com e sem transtorno fonológico (TF). Método: Foram coletadas e analisadas acusticamente no CSL-4300/4500 as produções de fala de 20 crianças: 10 sem TF(GC) e 10 com TF(GTF). Os vocábulos selecionados /se’bola/, /’lãma/, /Zaka’rE/, /Zirafa/ foram repetidos três vezes cada totalizando 12 repetições. A produção das líquidas pelo GC foi realizada de maneira correta. A produção do GTF foi adequada para os vocábulos com /l/ e substituída por /l/ nos vocábulos contendo a líquida /r/. ANOVA foi aplicada. Resultados e Discussão: A duração da líquida /l/ produzida pelo GTF foi significantemente menor (p=0,033) do que a do GC. A duração do /r/ foi produzida pelo GTF com maior duração (p=0,001) do que a produzida pelo GC. Estes resultados indicam que, apesar de perceptivamente o ouvinte julgar como uma substituição do som /r/ pelo /l/, o GTF produz uma distinção acústica relacionada ao parâmetro duração durante a emissão do /l/ produzido em substituição ao /r/ quando comparado ao /l/ produzido corretamente pelos sujeitos do GC. Em relação ao slope, no GC, a comparação entre /l/ e /r/ indicou valores semelhantes para F1(p=0,186), F2(p=0,509) e F3(p=0,055). O GTF apresentou valores do slope de F1(p<0,001) e F2(p<0,001) maiores na produção do /l/ do que no /r/ produzido como /l/. O slope do F3 não demonstrou resultados significantes(p=0,089). O fato do slope do F1 e do F2 ter sido diferente para o GTF demonstrou que, embora a líquida /l/ fosse produzida pelos sujeitos deste grupo corretamente, ela possui características acústicas diferentes do mesmo /l/ quando produzido em substituição ao /r/. Na comparação entre grupos para as palavras com /l/, não foi observada significância estatística para nenhum slope dos três formantes analisados. Na análise das palavras com /r/, foram observados valores do slope de F1(p<0,001) e F2(p=0,030) maiores para GC do que para GTF. O slope do F3(p=0,149) não foi significante. Observou-se que a produção do GC é mais uniforme do que a do GTF já que o /l/ produzido em substituição ao /r/ pelo GTF também apresentou características acústicas diferentes do /l/ produzido pelo GC. Conclusão: A análise conjunta dos parâmetros acústicos de duração e do slope pode trazer dados importantes para caracterizar de uma forma mais objetiva a produção dos sons, facilitando, desta forma, não só a avaliação, mas também a escolha do melhor modelo terapêutico a ser utilizado.


Dados de publicação
Página(s) : p.1051
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa