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AVALIAçãO DE FONOLOGIA EM CRIANçAS COM DISTúRBIO ESPECíFICO DE LINGUAGEM
Apresentador : Anne Elise Vivo Rodrigues (Universidade de São Paulo)
Autor(es) / Coautor(es) : Anne Elise Vivo Rodrigues, Débora Maria Befi-Lopes


Crianças com Distúrbio Específico de Linguagem (DEL) apresentam manifestações distintas em um ou mais aspectos da linguagem com diferentes níveis de comprometimento. É consenso na literatura o déficit fonológico apresentado nesta população, frequentemente estas crianças manifestam alterações fonológicas que tornam seu discurso ininteligível. Estudos internacionais e nacionais sobre padrão fonológico em sujeitos com DEL, constatam a utilização predominante de processos fonológicos idiossincráticos (que desviam dos padrões normais de desenvolvimento), além da alta ocorrência de segmentos ininteligíveis.Ao analisarmos a fala dessas crianças, o desempenho entre imitar uma palavra e nomear uma figura pode ser distinto ainda que no mesmo indivíduo. Este estudo visa verificar se a melhor performance em avaliação fonológica dessas crianças é obtida na Imitação de Palavras (IM) ou em Nomeação de Figuras (NO). O material utilizado foi a avaliação de Fonologia (WERTNER 2004) em suas duas modalidades – IM e NO.Participaram da pesquisa 30 sujeitos em atendimento fonoaudiológico semanal no departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com idades entre 3,2 e 9,9 anos, de ambos os sexos. Foram critérios de inclusão: diagnóstico de DEL e realização de no mínimo 50% de cada modalidade da Avaliação de Fonologia. A tipologia dos Processos Fonológicos (PF) utilizada foi a descrita por Wertzner (2004), tanto para os processos comuns ao desenvolvimento (10 PF) como para aqueles pouco freqüentes (4 PF). Foram considerados também os chamados processos idiossincrásicos, ou seja, qualquer processo de substituição, adição ou omissão, que não se enquadre em nenhum dos 14 PF descritos foram classificados como Outros.Os resultados mostraram que as provas se diferenciam apenas em porcentagem de realização, sendo que as crianças realizam significativamente uma maior parte da prova de imitação (99,7%) que de nomeação (89,8%). Este resultado deve-se ao fato de crianças com DEL terem maior facilidade em lidar com informações previamente organizadas, ou seja, a palavra imitada reduz a rota do processamento fonológico, reduzindo o nível de abstração necessário, uma vez que o sujeito não precisa organizar a produção da palavra, o avaliador modela sua emissão. Não se pode afirmar em qual das modalidades o desempenho dos sujeitos foi melhor, pois não foi encontrada diferença estatisticamente significante (<0,005) e o desvio padrão obtido entre os PF foi bastante alto (em média 38,3). Este resultado condiz com o perfil dessa população, no qual cada indivíduo manifesta performances diferenciadas e específicas mesmo tratando-se da mesma área, a fonologia.Por meio dos dados obtidos, podemos confirmar o déficit significativo na área de Fonologia que difere os indivíduos entre si e que a avaliação desta área deve conter modalidades distintas, como imitação e nomeação, além de fala espontânea sempre que possível, para que o real desempenho da criança seja obtido.


Dados de publicação
Página(s) : p.1061
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa