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POSSIBILIDADE DE REABILITAçãO DA DEGLUTIçãO APóS LARINGECTOMIA SUPRACRICóIDEA SEGUIDA DE RADIOTERAPIA
Apresentador : Mariana Saconato (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP)
Autor(es) / Coautor(es) : Mariana Saconato, Claudia Regina Furquim de Andrade, Alberto Rosseti Ferraz, Lica Arakawa Sugueno


Introdução: A laringectomia parcial supracricóidea é o tratamento cirúrgico indicado para tumores glóticos T2/T3. Esta cirurgia consiste na ressecção da cartilagem tireóide, do espaço pré-epiglótico e de uma parte da epiglote. Dependendo da invasão do tumor, ambas as aritenóides podem ser preservadas ou uma delas pode ser removida. Uma das reconstruções para este tipo de cirurgia é a cricohioidoepiglotopexia (CHEP), cuja principal indicação é para tumores que invadem a comissura anterior, ventrículo e cartilagem tireóide. Os principais impactos advindos deste tipo de reconstrução é a voz, que adquire qualidade soprosa, rugosa e tensa e a deglutição, que requer cuidados a fim de prevenir possíveis aspirações. De acordo com a literatura, o tempo médio de retirada da traqueostomia e da sonda nasoenteral varia de um mês e meio a dois meses respectivamente. A conduta cirúrgica é contra-indicada quando é previsto radioterapia complementar, uma vez que o risco de estenose laríngea e da fixação da cartilagem tireóidea pode levar ao retardo da decanulação e da retirada da sonda nasoenteral. Nestes doentes, as opções passam a ser a laringectomia total, que resulta em perda da voz laríngea e requer uma traqueostomia permanente, ou a radioterapia associada à quimioterapia, cuja combinação gera alterações funcionais agressivas e prolongadas. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo levantar dados do processo de reabilitação de pacientes tratados por laringectomia supracricóidea reconstruídos por cricohioidoepiglotopexia (CHEP) seguida de radioterapia.Método: Foram operados 25 casos de laringectomia supracricóidea no período de junho de 2003 à dezembro de 2007 em Instituição Terciária Hospital Escola, dos quais 6, sendo 5 homens e 1 mulher, realizaram radioterapia operatória. O tumor glótico foi estadiado em T2/T3, sem metástase à distância. A idade média foi de 52 anos. Todos eram tabagistas e etilistas no pré-operatório. Resultados: A amostra recebeu em média, 6 atendimentos à beira do leito. Após este período, foi encaminhada ao ambulatório. Quatro pacientes retiraram a sonda antes do início da radioterapia e permaneceram com a traqueostomia antes e durante o tratamento. Dos quatro que haviam retirado a sonda, 2 a recolocaram durante a radioterapia. Após o tratamento, 2 pacientes foram decanulados em aproximadamente 5 meses e retiraram a sonda após 3 meses, enquanto 4 pacientes foram decanulados e retiraram a sonda em aproximadamente 3 meses após o término da radioterapia. Para atingir estes objetivos foram necessários dois atendimentos ambulatoriais semanais com ênfase em terapia direta e indireta, destacando exercícios de proteção de via aérea, elevação laríngea, força de base de língua e mobilidade faríngea. Conclusão: Apesar da pequena casuística, não é comentado na literatura a possibilidade de reabilitação funcional de pacientes com CHEP seguida de radioterapia. Neste trabalho, observamos que toda a amostra submetida ao tratamento evoluiu com retirada de sonda e traqueostomia, mesmo em tempo prolongado.


Dados de publicação
Página(s) : p.115
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa