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AVALIAçãO GRAMATICAL DE SUJEITOS COM DISTúRBIO ESPECíFICO DE LINGUAGEM: CARACTERIZAçãO DA MARCA CLíNICA EM CRIANçAS FALANTES DO PORTUGUêS BRASILEIRO
Apresentador : Karina de Araujo (Curso de Fonoaudiologia da Universidade de São Paulo)
Autor(es) / Coautor(es) : Karina de Araujo, Debora Maria Befi-Lopes


As crianças com Distúrbio Específico de Linguagem (DEL) apresentam déficits no desenvolvimento da linguagem, que se caracterizam por desempenho abaixo do esperado para a faixa etária e manutenção de padrões desviantes. As alterações atingem os subsistemas da linguagem e a marca clínica envolve as regras gramaticais da língua. Considerando-se a relevância deste tema no processo de diagnóstico, de avaliação e reabilitação destes sujeitos esta pesquisa teve como objetivo caracterizar e comparar o desempenho de crianças com DEL com crianças normais a partir das principais variáveis destacadas na literatura: 1)extensão média do enunciado (EME) e 2)classe de palavras. Fizeram parte desta pesquisa 70 sujeitos, sendo 35 do grupo controle (GC) e 35 do grupo pesquisa (GP), com idade entre 3;1 anos e 6;11 anos. Todas as crianças participaram de uma sessão de interação com brinquedos que foi filmada e gravada e a amostra foi transcrita até atingir 100 enunciados de fala. A análise da EME foi baseada na proposta de Brown (1973). A análise das classes de palavra considerou a ocorrência de cada item nos 100 enunciados transcritos. Os dados foram tabulados e submetidos à análise estatística. O estudo 1 (E1) teve como objetivo caracterizar e comparar o desempenho do GC com o GP quanto ao número de morfemas gramaticais do tipo 1 (MG-1), de morfemas gramaticais do tipo 2 (MG-2), quanto aos valores obtidos na extensão média do enunciado em morfemas (EME-m) e na extensão média do enunciado em palavras (EME-p). Verificar correlação entre EME-m, EME-p e idade cronológica dos sujeitos do GC e do GP e identificar qual das variáveis descritas distingue melhor o grupo DEL. Os resultados obtidos indicaram diferenças significativas entre os grupos nas quatro variáveis analisadas, com maior diferença na faixa etária de 5-6 anos. A partir da análise de regressão, a variável que melhor diferenciou o GC e o GP nas duas faixas etárias foi MG-2. Verificou-se correlação positiva entre idade cronológica dos sujeitos do GC e os valores de EME-m e EME-p, porém esta correlação caracterizou-se como positiva e fraca nos sujeitos do GP. O Estudo 2 (E2) teve como objetivos: caracterizar e comparar o desempenho de crianças do GC e do GP nas classes de palavras e identificar qual das classes de palavras analisadas distingue melhor o grupo de sujeitos com DEL. Os grupos se diferenciaram em todas as faixas etárias quando analisamos a ocorrência dos substantivos. Na faixa etária de 5-6 anos, verificou-se diferença estatística entre os grupos nos verbos, artigos, preposições e conjunções. A partir da regressão logística condicional, a classe de palavra que melhor diferenciou o GP do GC foi a conjunção e na classe dos pronomes, encontramos os pronomes possessivos. A partir dos resultados encontrados nos dois estudos podemos concluir que os sujeitos com DEL falantes do Português apresentam déficits morfossintáticos significativos e persistentes, a partir das variáveis analisadas, caracterizando efetivamente quadro com dificuldades relacionadas ao processamento lingüístico da informação, com uma marca clínica relacionada à gramática. Palavras chaves: linguagem infantil, transtorno do desenvolvimento da linguagem, testes de linguagem


Dados de publicação
Página(s) : p.1206
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa