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ANáLISE DO TEMPO DE REINTRODUçãO DE DIETA VIA ORAL E DECANULAçãO NO PACIENTE TRAQUEOSTOMIZADO
Apresentador : Tatyana Nascimento Soares (Instituto Central - HCFMUSP)
Autor(es) / Coautor(es) : Tatyana Nascimento Soares, Tatiana Magalhães de Almeida, Aline Rodrigues Padovani, Danielle Pedroni Moraes, Claudia Regina Furquim de Andrade


Introdução: A literatura descreve com freqüência as alterações da deglutição decorrentes do uso da traqueostomia (TQT), sendo o teste do corante azul (TCA) o exame clínico comumente descrito para a avaliação da aspiração nestes pacientes. A Fonoaudiologia, inserida na equipe multiprofissional, visa contribuir no processo de decanulação e reintrodução de dieta por via oral (VO) do modo mais rápido e seguro. Objetivo: Analisar os resultados do TCA inicial e o intervalo de tempo necessário para introdução de dieta VO e decanulação em pacientes traqueostomizados. Método: Estudo retrospectivo, por meio de análise de prontuários (maio de 2007 a maio de 2008). Foram incluídos pacientes com idade acima de 55 anos, que realizaram procedimento cirúrgico durante a internação e tiveram indicação para realização da traqueostomia após período prolongado de intubação orotraqueal (IOT). Adicionalmente, foram incluídos apenas os pacientes avaliados pela equipe de fonoaudiologia nas unidades de terapia intensiva ou semi-intensiva. Os critérios de exclusão compreenderam os pacientes sem história de IOT prévia ou com tempo de IOT menor que 24 horas, pacientes com história de alteração neurológica, cirurgia de cabeça e pescoço e/ou queimadura de face. Também foram excluídos os pacientes que foram a óbito ou foram transferidos do hospital durante o acompanhamento fonoaudiológico e os pacientes cujos prontuários não forneciam informações suficientes para as variáveis determinadas. Para a análise, utilizamos os resultados do TCA na avaliação inicial e o período compreendido entre a avaliação fonoaudiológica inicial e a data de introdução de dieta VO e decanulação. Resultados: O estudo incluiu 13 pacientes com média de idade de 68,6 anos, sendo 53,8% do gênero masculino. Na avaliação fonoaudiológica inicial, foi possível realizar o TCA de saliva em 93,3% dos pacientes. Os motivos de não realização do teste incluíram a impossibilidade de manter o cuff desinsuflado e a realização direta do TCA modificado com alimento pastoso, devido ao paciente já estar se alimentando por VO. O TCA foi positivo em 54,5% dos casos, não sendo observada correlação com o tempo prévio de IOT e TQT. Observou-se que 92,3% dos pacientes alimentaram-se por VO e 92,7% dos pacientes decanularam antes da alta hospitalar. A média de tempo necessário para introdução de dieta VO foi de 16,8 dias, sendo observada maior média nos indivíduos que apresentaram TCA positivo quando comparados aos indivíduos que apresentaram TCA negativo (28,7 vs. 5,2 dias). A média de tempo para decanulação foi de 19,3 dias, sendo observada maior média nos indivíduos que apresentaram TCA positivo quando comparados aos indivíduos que apresentaram TCA negativo (31 vs. 10 dias). Observamos que 41,7% dos pacientes alimentaram-se por VO até sete dias e 50% dos pacientes decanularam entre sete e quinze dias após a avaliação fonoaudiológica inicial. Conclusão: A incidência de aspiração de saliva em pacientes traqueostomizados foi de 54,5% neste estudo. Foi observado que os pacientes que aspiram saliva demoram mais tempo para se alimentar por via oral e para retirar a cânula de traqueostomia e, em média, 92% dos pacientes avaliados tiveram alta hospitalar sem traqueostomia e alimentando-se por VO exclusiva.


Dados de publicação
Página(s) : p.162
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa