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CONTROLE DO TRATAMENTO DE GAGUEIRA PELA ANÁLISE DOS POTÊNCIAS AUDITIVOS EVOCADOS
Apresentador : Fernanda Chiarion Sassi (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo)
Autor(es) / Coautor(es) : Claudia Regina furquim de Andrade (FMUSP); Fernanda Chiarion; Sassi (FMUSP); Carla Gentile Matas (FMUSP); Ivone Ferreira Neves (FMUSP)


Tema: os potenciais auditivos evocados têm sido utilizados como instrumento para determinar o diagnóstico de diversas desordens, assim como para avaliar os resultados de processos terapêuticos. Objetivo: investigar a relação entre a melhora da gagueira e mudanças na amplitude do sinal e na latência de onda do P300. Métodos: Participaram deste estudo seis indivíduos do sexo masculino com gagueira persistente do desenvolvimento (GPD) (G1 – idade média 24.5 anos) e seis indivíduos fluentes também do sexo masculino (G2 – idade média 21.6 anos). Todos os participantes apresentaram limiares auditivos e função de orelha média normais. Para serem incluídos em G1, os participantes deveriam apresentar resultado no Stuttering Severity Instrument (SSI-3) de pelo menos 11 pontos (gagueira Leve) e não deveriam apresentar histórico de tratamento fonoaudiológico prévio. Para serem incluídos em G2, os participantes não deveriam apresentar pontuação no SSI-3 indicativa de gagueira (10 pontos ou menos). Foi coletada uma amostra de fala de todos os participantes segundo os critérios estabelecidos pelo Protocolo do Perfil da Fluência. Para G1 foi coletada também uma amostra de fala após aplicação de um programa fonoaudiológico de promoção da fluência com o objetivo de verificar possíveis variações nos parâmetros da fluência. Todos os participantes foram submetidos à testagem do P300, sendo que para os indivíduos de G1 essa testagem foi realizada pré e pós-tratamento e para os indivíduos de G2 essa testagem foi realizada em dois momentos distintos, com 12 semanas de intervalo, com o objetivo de verificar possíveis variações individuais. O programa fonoaudiológico de promoção da fluência ao qual os indivíduos de G1 foram submetidos, com 12 semanas de duração, foi associado ao uso da eletromiografia de superfície de forma que os participantes pudessem monitorar objetivamente suas falas. Resultados: Para a análise dos resultados foi utilizado o Teste-T Pareado e a Correlação de Pearson, com nível de significância de 10% por se tratar de uma amostra pequena. Quantos aos resultados do P300, G1 e G2 apresentaram resultados dentro dos limites da normalidade. Em análise comparativa dos resultados, G1 apresentou diminuição da latência de onda na orelha direita (p=0.044). G2 não apresentou nenhuma variação significativa. Quanto a análise de correlação entre o P300 e os parâmetros da fluência foi observada uma correlação positiva entre a diminuição no número de disfluências comuns e gagas (r=0.971; p=0.001); o aumento no número de palavras e sílabas por minuto (r=0.986; p<0.001); a diminuição na porcentagem de sílabas gaguejadas e o número de disfluências gagas (r=0.971; p=0.001); melhora na latência de onda para orelha esquerda e aumento no número de palavras (r=0.887; p=0.018) e sílabas (r=0.838; p=0.037) por minuto. Conclusão: Apesar do P300 não indicar com precisão os locais exatos de ativação cerebral, até o presente momento os resultados obtidos indicam que indivíduos com GPD podem exibir diferenças nos padrões de atividade inter-hemisférica após serem submetidos a um programa de promoção da fluência. Dúvidas permanecem quanto à possibilidade deste tipo de avaliação diferenciar indivíduos para os quais a terapia foi efetiva daqueles para os quais a terapia não apresentou resultados.


Dados de publicação
Página(s) : p.281
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa