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ACOMPANHAMENTO FONOAUDIOLóGICO NA ENCEFALOMIELITE AGUDA DISSEMINADA (ADEM) - RELATO DE CASO
Apresentador : Patrícia Rocha Santos de Almeida (HCFMUSP)
Autor(es) / Coautor(es) : Patrícia Rocha Santos de Almeida, Queila Furlanetto, Vanessa Tomé Gonçalves, Luisa Carmen Spezzano, Marcela Lima Silagi, Letícia Lessa Mansur


Introdução: A Encefalomielite Aguda Disseminada (ADEM) é uma rara inflamação dismienilizante e monofásica do Sistema Nervoso Central cuja principal característica é o envolvimento multifocal da substância branca. Afeta predominantemente crianças e adultos jovens. A etiologia e o fator desencadeante não estão bem definidos; podem ser decorrentes de exantema, vacinação ou infecções respiratórias. Estudos apontam que a ADEM seja uma resposta auto imune contra proteína básica de mielina. Manifestações clínicas incluem encefalopatia associada a sinais piramidais, cerebelares e ao tronco cerebral. Em muitos casos a biópsia cerebral é necessária para confirmar o diagnóstico, sobretudo em adultos e em casos atípicos. Em cerca de 25% dos pacientes o quadro inicial pode ser acompanhado de convulsões. Manifestações fonoaudiológicas não foram descritas detalhadamente na literatura pesquisada. O prognóstico do curso da doença é favorável, sendo que os pacientes em sua maioria se recuperam completamente. Objetivo: apresentar um caso de ADEM e discutir as manifestações fonoaudiológicas encontradas. Caso clínico: CM, gênero feminino, divorciada, 33 anos, escolaridade 13 anos, segundo grau completo, utiliza cadeira de rodas. Após crise convulsiva, a paciente foi diagnosticada por neurologista. Apresentava sintomas de disfagia alimentando-se por gastrostomia, com rebaixamento atencional e cognitivo. Resultados: Em avaliação do sistema estomatognático observou-se: ausência de vedamento labial, diminuição de força e mobilidade de órgãos fonoarticulatórios, ausência de deglutição reflexa e voluntária de saliva e consequentemente sialorréia constante. Na avaliação funcional da deglutição, observou-se movimentos póstero-anteriores de língua, escape oral anterior, elevação laríngea reduzida, fatores que evidenciam deglutição de alimento não funcional. Realizou-se orientação aos pais quanto a terapia tátil-térmico-gustativa, exercícios passivos miofuncionais orais e restrição de oferta de alimento via oral. As orientações e exercícios foram praticados diariamente, com auxílio da família. Durante o atendimento não foi observado nenhum episódio de broncopneumonia aspirativa e houve diminuição na sialorréia.Os aspectos da linguagem foram avaliados pelo teste BASA com efeito solo de respostas. As respostas da paciente eram reativas a estímulos verbais e não verbais, porém inconsistentes e indiferenciadas no canal de expressão. Em situações não estruturadas a paciente apresentou choro, grito riso ao ver fotografias de familiares e ao ouvir nomes conhecidos. Reage favoravelmente (riso e aperto de mão) aos ensaios de contato provocados por conhecidos. A paciente apresenta alteração grave da compreensão e expressão da linguagem e escassos recursos de comunicação. Sobre as manifestações da deglutição no momento não há prognóstico favorável a reintrodução de alimento por via oral. Conclusão: Os dados de ADEM observados nesse estudo de caso diferem da literatura encontrada pelo diferencial no déficit cognitivo e pelo prognóstico não favorável. Sugere-se estudos de caso semelhantes para traçar diretrizes do processo terapêutico fonoaudiológico.


Dados de publicação
Página(s) : p.282
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa