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INíCIO DO USO DE ESQUEMAS SIMBóLICOS E A RELAçãO COM A IMITAçãO EM CRIANçAS NASCIDAS PRé-TERMO MUITO BAIXO PESO
Apresentador : Lenice de Fátima da Silva (Universidade de São Paulo)
Autor(es) / Coautor(es) : Lenice de Fátima da Silva, Suelly Cecilia Olivan Limongi, Fabíola Custódio Flabiano, Karina E. C. Bernardis Bühler, Irlaine Guedes dos Santos, Isabela Gomes


De acordo com o modelo teórico proposto pela Epistemologia Genética, a ação leva à representação que, por sua vez, favorece a construção da linguagem oral. O que garante a transição entre as condutas sensório-motoras e as representativas é a imitação, assegurando a diferenciação entre significante e significado, da mesma forma que é em um contexto de imitação que se adquire a linguagem A literatura tem demonstrado que crianças nascidas pré-termo muito baixo peso (PTMBP), mesmo na ausência de patologias de base, apresentam risco para problemas de linguagem, déficits cognitivos, dificuldades de aprendizagem, desordem do déficit de atenção e hiperatividade, e problemas comportamentais. Portanto, o objetivo do presente estudo foi verificar como se dá a constituição dos esquemas simbólicos na criança PTMBP, observando sua relação com a imitação.O presente estudo compreendeu um Grupo Pesquisa (GP) e um Grupo Controle (GC). O GP foi composto por 11 crianças pré-termo com peso de nascimento inferior a 1500g e idade gestacional inferior a 34 semanas, participantes do Ambulatório de Seguimento de Recém-nascidos de Alto Risco do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo. O GC foi composto por 17 crianças nascidas a termo com peso de nascimento superior a 2500g e inferior a 3999g, acompanhadas no Ambulatório de Puericultura e/ou pertencentes à creche do Hospital Universitário.Os critérios de inclusão para ambos os grupos envolviam acompanhamento pediátrico e otorrinolaringológico, boas condições de saúde, audição normal e ausência de má-formações, síndromes genéticas e asfixia neonatal grave. Os sujeitos foram submetidos a sessões mensais de observação, dos 7 aos 17 meses, considerando-se para o GP, a idade corrigida. Todas as 308 sessões foram registradas em vídeo e transcritas em protocolo específico. Para tanto, foi utilizado o Protocolo para Observação do Desenvolvimento Cognitivo e de Linguagem Expressiva (PODCLE), proposto por Bühler et al (2008). O material utilizado foi o mesmo sugerido nos procedimentos do referido Protocolo.Juízes foram utilizados para reanálise de 20% das sessões de observação. Para análise estatística foi considerado o nível de significância de 0,05.Os resultados revelaram que a imitação de esquemas motores teve início aos 8 meses para o GC (p-valor = 0,015) e aos 10 meses para o GP (p-valor = 0,027). O uso de esquemas simbólicos simples teve início aos 10 meses para o GC (p-valor = 0,033) e aos 14 meses para o GP (p-valor = 0,027). O uso de esquemas simbólicos combinados teve início aos 13 meses para o GC (p-valor = 0,015) e aos 17 meses para o GP (p-valor = 0,011).Foi observada correlação positiva estatisticamente significante entre a imitação e o uso de esquemas simbólicos simples e entre estes e o uso de esquemas simbólicos combinados, tanto para o GC quanto para o GP. Porém, para o GP tal correlação foi observada em idades posteriores.O início do uso de esquemas simbólicos parece estar correlacionado ao desenvolvimento da imitação em ambos os grupos estudados. No entanto, as crianças nascidas PTMBP apresentaram atraso significativo em seu desenvolvimento, quando comparados às crianças nascidas a termo.


Dados de publicação
Página(s) : p.401
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa