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DISFAGIA EM CARDIOPATAS IDOSOS: TESTE COMBINADO DE DEGLUTIçãO E MONITORIZAçãO DOS SINAIS VITAIS
Apresentador : Mara de Oliveira Rodrigues Luiz Dantas (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo)
Autor(es) / Coautor(es) : Mara de Oliveira Rodrigues Luiz Dantas, Claudia Regina Furquim de Andrade


O aumento da expectativa de vida está relacionado ao aumento do risco de doenças cardíacas e do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). A doença arterial coronária (DAC) é a maior responsável pelo IAM no idoso ocasionando a indicação cirúrgica. Estudos mostram que a disfagia orofaríngea ocorre em pacientes após cirurgias cardíacas favorecendo as complicações. O objetivo da presente pesquisa foi identificar as características da deglutição nos idosos portadores de DAC com indicação cirúrgica e comparar aos idosos saudáveis. Foi utilizado um protocolo de avaliação composto por um teste de deglutição de água associado à ausculta cervical e à monitorização dos sinais vitais. A freqüência cardíaca (FC) e a saturação de oxigênio (SpO2) foram registradas com oxímetro de pulso antes, durante e após o teste de deglutição com 1,3,5,10, 15 e 20 ml de água . A ausculta cervical foi realizada com estetoscópio eletrônico para a análise do número, tempo de ocorrência da deglutição e classificação do som da deglutição. Foram registradas a freqüência respiratória (FR) e a presença de tosse e engasgo. Os resultados foram analisados através de dois estudos. O primeiro avaliou 60 idosos saudáveis. Houve correlação negativa significante entre idade e SpO2 antes (p= 0,007) e durante o teste de deglutição (p= 0,007). Houve correlação positiva entre idade e tempo de ocorrência em 15 ml (p= 0,023) e entre idade e presença de engasgo em 15 ml (p= 0,026). A comparação dos sinais vitais durante e após o teste de deglutição mostrou diminuição de FC (p= 0,004) e aumento de SpO2 (p= 0,002) e da FR (p < 0,001). Houve deglutição única em todas as medidas (p < 0,001) exceto em 20 ml (p = 0,144). O tempo de ocorrência foi menor que 1 segundo (p<0,001) exceto em 1 e 3 ml, ocorrendo entre 1 e 2 segundos (p < 0,001). A ausência de engasgos foi predominante (p< 0,001). O som do tipo 3 foi predominante (p< 0,001) exceto em 20 ml onde predominou o som do tipo 1 (p = 0,013). As alterações da deglutição nesse grupo foram compatíveis com as mudanças fisiológicas decorrentes do envelhecimento e não foram características de disfagia. No segundo estudo 38 idosos com DAC foram comparados a 30 idosos saudáveis. Houve diferença significativa no tempo de ocorrência da deglutição nos cardiopatas com FC< 60, sendo diminuído em 3 ml (p< 0,035), 10 ml (p< 0,012), 15 ml (p< 0,012) e 20 ml (p< 0,033). A FC permaneceu mais baixa nos cardiopatas (p< 0,001). A redução do tempo de ocorrência da deglutição pode representar modificação na coordenação entre respiração e deglutição, revelando um subgrupo de risco. Não houve diferença significativa nos outros parâmetros. Concluindo, a alteração no aspecto temporal da deglutição dos cardiopatas com FC diminuída revelou incoordenação entre respiração e deglutição e risco para disfagia, comparados aos idosos saudáveis. Esses dados inéditos foram favorecidos pela monitorização dos sinais vitais e pela ausculta cervical, colaborando com o conhecimento sobre o envelhecimento e os efeitos da cardiopatia na deglutição.


Dados de publicação
Página(s) : p.554
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa