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DESCRIçãO DA OCORRêNCIA DE REDUçãO DE SíLABAS EM FALA ESPONTâNEA DE CRIANçAS COM ALTERAçãO ESPECíFICA DE DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM
Apresentador : Amalia Rodrigues (USP)
Autor(es) / Coautor(es) : Amalia Rodrigues, Debora Maria Befi Lopes, Silmara Rondon


Dentre as manifestações que interferem na aquisição e no desenvolvimento da linguagem, estima-se que 7.4% da população infantil apresente Alterações Específicas de Desenvolvimento de Linguagem (AEDL). Assim, há grande necessidade de se estudar os padrões de comunicação dessa população, para a realização do diagnóstico, a partir da exclusão de quadros mais abrangentes e, da inclusão de manifestações não típicas no desenvolvimento de linguagem. Embora a semântica, a morfossintaxe e a pragmática encontrem-se alteradas nesses quadros, a fonologia é um dos subsistemas lingüísticos mais comprometidos. A gravidade da alteração fonológica compromete a avaliação das demais habilidades expressivas de linguagem, dificultando a avaliação e o diagnóstico que norteiam a intervenção fonoaudiológica. Dentre as alterações fonológicas, esses sujeitos apresentam erros em estruturas silábicas simples e maiores dificuldades em estruturas silábicas complexas.Os objetivos desse estudo foram: analisar a ocorrência do processo fonológico de redução de sílaba (RS) em crianças com AEDL em situação de fala espontânea e verificar a influência dos fatores extensão das palavras e tonicidade da sílaba quando ocorrida a RS.Participaram dessa pesquisa 27 crianças com AEDL, entre 3:0 e 5:11 anos, em tratamento fonoaudiológico semanal. Todos realizaram avaliação da fonologia a partir de provas de nomeação e imitação de palavras. Para inclusão na pesquisa, os sujeitos deveriam realizar ao menos 50% de ambas as provas de fonologia ou apresentar inteligibilidade de fala passível de análise em situação de fala espontânea. Posteriormente, os sujeitos foram gravados em duas diferentes situações para a coleta de fala espontânea. Primeiramente, foi realizada uma interação lúdica com a pesquisadora (prova de pragmática) e, posteriormente, a elaboração de discurso eliciado por duas figuras (prova de discurso). As amostras de fala espontânea foram analisadas verificando a ocorrência de RS considerando a extensão das palavras e a ocorrência da RS em sílabas tônicas ou átonas. Além disso, foi analisado em que posição da palavra (sílabas inicial, medial e final) o referido processo ocorreu.A utilização do processo de RS não apresentou diferença estatisticamente significante entre a prova de pragmática (M=88.9%) e de discurso (M=70%)(X2=2.85; p<0,091). Nas duas amostras houve maior ocorrência de palavras dissílabas (M=14.5) em relação às trissílabas (M=7.37) e polissílabas (M=1.48) (X2=72.49; p<0,001). A ocorrência de RS foi significantemente maior nas palavras polissílabas, quando comparadas às palavras trissílabas e dissílabas respectivamente (X2=11.22; p<0,004). A análise da posição da sílaba reduzida na palavra alvo demonstrou que a ocorrência de redução foi significantemente maior em sílabas iniciais (M=2.15) do que em mediais e finais (M=0.74), comprovado pelo teste qui-quadrado (X2=34,99; p<0,001).A preferência pela produção de palavras dissílabas pode sugerir dificuldades na produção de palavras com maior extensão. A alta ocorrência de RS auxilia a justificar o nível de ininteligibilidade de fala e a gravidade da alteração fonológica, característica das AEDL. A análise a partir da fonologia métrica sugere que ocorrência da RS em sílabas átonas indica uma preferência pela produção das tônicas medias e finais que apresentam maior saliência acústica. Tal resultado sugere grandes dificuldades na representação fonológica dos itens lexicais, principalmente os com maior extensão.


Dados de publicação
Página(s) : p.604
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa