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CARACTERIZAçãO DO TRANSTORNO FONOLóGICO EM ADULTOS
Apresentador : Amalia Rodrigues (USP)
Autor(es) / Coautor(es) : Amalia Rodrigues, Haydée Fiszbein Wertzner


O Transtorno Fonológico (TF) é uma alteração no sistema fonológico, caracterizada por substituições, omissões e distorções dos sons da fala. Essas dificuldades podem ser de origem cognitivo-lingüística ou relacionadas ao processamento sensório-motor da fala.O TF em adultos é pouco estudado, pois se sabe que a ocorrências do TF diminuem com a idade. De forma geral, a produção correta dos sons do Português do Brasil ocorre até os sete anos. Assim, adultos que não conseguiram normalizar sua fala até esta idade demonstram erros residuais que apresentam conseqüências sociais e acadêmicas. Os objetivos desse estudo foram verificar: a porcentagem de adultos que procuraram atendimento nesse serviço; a distribuição por sexo e escolaridade; a porcentagem de diagnóstico que confirmaram a presença de TF; as condutas fonoaudiólogicas realizadas; a porcentagem de alterações de escrita e de histórico familiar; a caracterização dos processos fonológicos e/ou distorções; a descrição e comparação da Porcentagem de Consoantes Corretas (PCC) e de Consoantes Corretas Revisadas (PCC-R) a partir da prova de Imitação do Teste ABFW.Os sujeitos foram 35 adultos, com idades entre 20:0 e 45:0 anos (M=29,3 anos). Os dados foram obtidos a partir dos prontuários dos sujeitos e a amostra foi definida a partir da demanda de adultos que procuraram atendimento fonoaudiológico.A análise estatística foi realizada utilizando-se os testes T, de Mann-Whitney e a correlação de Pearson (p-valor<0,05).Durante dez anos, esse laboratório atendeu uma demanda de 388 pacientes, sendo 35 adultos (9,02%). Houve um predomínio de abandonos (62,9%), seguido de atendimento com alta fonoaudiológica (25,7%) e atendimento (11,4%), confirmado pelo teste qui-quadrado (X2=22,2;p<0,001).Os sujeitos não se diferenciaram quanto ao nível de escolaridade (X2=5,93;p=0,204), presença de alterações na linguagem escrita e quanto à distribuição por sexo. Porém, 75% dos sujeitos apresentaram histórico familiar positivo para distúrbios da comunicação (X2=27,19;p<0,001). Todos os sujeitos avaliados apresentaram alterações de fala com a seguinte distribuição: erros fonológicos (54,5%); erros fonéticos e fonológicos (27,3%) e erros fonéticos (18,2%)(X2=7,09;p=0,029). O processo fonológico de maior ocorrência foi a simplificação do encontro consonantal, confirmado pela análise inferencial (X2=6,17;p=0,04). Os processos de ensurdecimento de plosivas e de fricativas estiveram presentes em 5 e 4 sujeitos, respectivamente, e não apresentaram diferenças significativas. As médias da PCC (95%) e da PCC-R (93,1%) apresentaram diferenças significativas (T=3,26;p=0,004). Observou-se correlação forte e significante entre PCC-R e PDI (r=-0,999;p<0,001). Houve uma tendência para maior ocorrência de distorções no fonema /r/ em comparação ao /l/, em encontros consonantais (X2=3,49;p=0,06). Corroborando com a literatura, houve maior ocorrência de casos positivos de distúrbios da comunicação em adultos com TF. O cálculo da PCC-R foi uma medida importante para caracterização inicial do TF também em adultos, possibilitando precisar a gravidade da alteração. Os fonemas /r/ e /l/ também se encontram entre os mais distorcidos, assim como para os adultos falantes do Inglês. Os resultados demonstraram maior simplificação das regras fonológicas do que distorções. Assim, sugere-se que a avaliação das habilidades de processamento fonológico e linguagem escrita também sejam realizadas no diagnóstico de adultos com TF.


Dados de publicação
Página(s) : p.604
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa