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AVALIAÇÃO ELETROACÚSTICA E ELETROFISIOLÓGICA EM CRIANÇAS COM DISTÚRBIO ESPECÍFICO DE LINGUAGEM
Apresentador : Renata Mota Mamede de Carvallo (Faculdade de Medicina da USP)
Autor(es) / Coautor(es) : Renata Mota Mamede de Carvallo, Jordana Costa Soares, Anne Kellie Nishiyama, Caroline Nunes Rocha, Amália Rodrigues, Ivone Ferreira Neves, Débora Maria Befi-Lopes, Eliane Schochat


Introdução: O Distúrbio Específico de Linguagem (DEL) refere-se a uma alteração de linguagem primária que ocorre na ausência de: perda auditiva, alteração no desenvolvimento cognitivo e motor da fala, síndromes, distúrbios abrangentes do desenvolvimento, alterações neurossensoriais e lesões neurológicas adquiridas. Essa alteração impede o desenvolvimento típico de linguagem e suas dificuldades são mantidas ao longo da vida. Há muitas controvérsias na literatura sobre a etiologia do DEL, mas muitos estudos demonstraram alterações na percepção, atenção, discriminação e na memória auditiva desses indivíduos. Algumas teorias sugerem que essas alterações de linguagem estão relacionadas a problemas na percepção auditiva, especialmente na discriminação dos componentes complexos e rápidos dos sons da fala, podendo prejudicar as representações neurais dos sons da fala, o que em última instância, interferiria na percepção e na produção da fala. Portanto, a avaliação da percepção auditiva em crianças com DEL torna-se bastante importante e necessária. Estudos utilizando potenciais evocados auditivos de longa latência têm sido realizados em crianças com DEL, a fim de avaliar a percepção auditiva dessas crianças. Porém, ainda apresentam resultados inconsistentes. Assim, faz-se importante a avaliação da integridade da via auditiva nestas crianças, por meio de respostas em nível de tronco encefálico e assim, verificar possíveis alterações neste nível, o que poderia interferir nos processamentos mais corticais. Objetivo: Verificar integridade do sistema auditivo periférico e central de crianças com DEL por meio de avaliação eletroacústica e eletrofisiológica.Material e Método: Participaram 21 crianças com DEL, com idades entre 2:10 e 10:0 anos, sendo 7 do sexo feminino e 14 do masculino do Laboratório de Investigação Fonoaudiológica de Atraso do Desenvolvimento de Linguagem FMUSP. As avaliações audiológicas foram realizadas no Laboratório de Investigação Fonoaudiológica de Audição Humana FMUSP. Realizou-se Timpanometria, Pesquisa do Reflexo Acústico, Emissões Otoacústicas Evocadas Transientes (EOA-T) e o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE).Resultados: Na Timpanometria verificou-se curva do Tipo As em 9,52% das orelhas, do tipo Ad em 2,38% orelha e do Tipo A em 88,10% orelhas. As EOA-T estiveram ausentes em 7,65% orelhas e presentes em 92,85% orelhas avaliadas. Quanto ao PEATE, verificou-se quem 61,90% crianças possuíam alguma alteração nos valores de latência dos interpicos, sendo encontrado aumento dos valores de latência do interpico I-III em 19,04% orelhas, do interpico III-V em 21,42% orelhas e do interpico I-V em 23,80% orelhas testadas. Na comparação dos resultados entre as duas orelhas, verificou-se tendência a menores valores de latências absolutas e maiores valores de amplitudes das ondas I, III e V na orelha direita, sendo estatisticamente significante para a amplitude da onda V. Conclusão: A alteração da via auditiva em nível de tronco encefálico na maioria das crianças com DEL avaliadas, associada a outros déficits (lingüístico, de aprendizagem e de memória) pode contribuir para a instalação do DEL, indicando a.necessidade de se incluir a avaliação eletrofisiológica e de percepção auditiva nestas crianças, assim como estabelecer estratégias estimulação de habilidades auditivas durante o processo terapêutico.


Dados de publicação
Página(s) : p.613
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa