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CONFIABILIDADE DAS TRANSCRIÇÕES FONOLÓGICAS DE CRIANÇAS COM DISTÚRBIO ESPECÍFICO DE LINGUAGEM
Apresentador : Erica Macêdo de Paula (Universidade de São Paulo)
Autor(es) / Coautor(es) : Erica Macêdo de Paula, Debora Maria Befi-Lopes, Telma Iacovino Monteiro, Joyce Raquel Toba


INTRODUÇÃO: Embora o comprometimento da linguagem nas crianças com Distúrbio Específico de Linguagem (DEL) seja amplo, no início do processo de avaliação e diagnóstico e posteriormente na reabilitação, o que mais compromete o processo são as importantes alterações no subsistema fonológico, uma vez que a ininteligibilidade de fala, muitas vezes, chega a impedir a avaliação dos demais subsistemas. O presente estudo propõe uma análise criteriosa da fonologia dessa população, na época em que surge a oralidade, o que acreditamos trará dados importantes para o processo de avaliação, diagnóstico e reabilitação. OBJETIVOS: Realizar nova transcrição das provas de imitação, nomeação e fala espontânea (discurso), comparar com as transcrições realizadas pela terapeuta principal e calcular o índice de confiabilidade, para verificar se há necessidade das provas serem transcritas por mais de uma pessoa. MÉTODO: Casuística: participaram da pesquisa 41 crianças com DEL, com faixa etária a partir de 3 anos. Como critério de inclusão as crianças deveriam realizar, pelo menos, 50% da avaliação da fonologia, prova de imitação de palavras e nomeação de figuras. Procedimento: o pesquisador, em procedimento cego, assistiu às filmagens e ouviu as gravações, de três provas já coletadas e analisadas (nomeação de figuras, imitação de palavras e discurso) e as transcreveu nos protocolos específicos, pela segunda vez. Depois da segunda transcrição ter sido completada, o pesquisador teve acesso às primeiras transcrições e, então, realizou o cálculo de confiabilidade, ou seja, comparou a segunda transcrição com a primeira, assinalando as divergências; desta forma foi realizado o cálculo de concordância. Para as provas de imitação e nomeação quando o porcentual de diferença foi superior a 20%, a transcrição foi revista por um terceiro juiz, procurando consenso entre as duas transcrições anteriores. RESULTADOS e DISCUSSÃO: Das 82 provas de nomeação e imitação transcritas 64 (78%) obtiveram confiabilidade inferior a 80%. Das 64 provas com confiabilidade inferior a 80%, após a 3ª transcrição, conseguimos obter um consenso superior a 80%, em 45 provas (70%). Dos 20 discursos passíveis de análise (21 crianças, 52% do total da amostra, não realizaram discurso) 65% obtiveram compatibilidade com a 2ª transcrição inferior a 80%. Estes dados comprovam a dificuldade de transcrever as provas de fonologia de crianças com DEL; provavelmente, esta dificuldade ocorre devido ao grande número de processos idiossincráticos e, além disso, alguns processos, como o ensurdecimento e a sonorização de plosivas e fricativas, também parecem dificultar as transcrições. CONCLUSÃO: Concluímos que há necessidade de mais de uma pessoa realizar a transcrição das provas de fonologia (imitação, nomeação e fala espontânea), para obtermos resultados mais fidedignos e confiáveis da fonologia das crianças com DEL.


Dados de publicação
Página(s) : p.632
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa