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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE RETARDO E DISTÚRBIO ESPECÍFICO DE LINGUAGEM A PARTIR DA PROVA DE FONOLOGIA – ABFW
Apresentador : Erica Macêdo de Paula (Universidade de São Paulo)
Autor(es) / Coautor(es) : Erica Macêdo de Paula, Debora Maria Befi-Lopes, Joyce Raquel Toba, Telma Iacovino Monteiro


Introdução: As Alterações Específicas do Desenvolvimento da Linguagem (AEDLs) consistem em alterações primárias de linguagem e compreendem o retardo de aquisição de linguagem e o distúrbio específico de linguagem (DEL). O diagnóstico diferencial entre DEL e Retardo de Linguagem justifica-se tanto por questões metodológicas como clínicas. Tal diferenciação é feita facilmente nos casos em que a alteração é moderada ou grave, ao contrário do que ocorre nas alterações leves. Objetivos: comparar o desempenho das crianças com Retardo de Linguagem versus DEL; verificar se, na ocasião da avaliação, o desempenho na prova de verificação da fonologia seria um bom indicativo para diagnóstico diferencial entre os dois quadros. Métodos: Participaram do estudo 56 sujeitos com AEDL, entre 2:4 a 5:10 anos, sendo 24 com DEL e 32 com retardo. O diagnóstico foi estabelecido pelas pesquisadoras, considerando o desempenho nas provas de fonologia, vocabulário, maturidade simbólica e pragmática; a gravidade da alteração e a evolução no processo terapêutico. Consideraram-se apenas os dados referentes à primeira avaliação contendo as provas supracitadas, em que os sujeitos haviam realizado no mínimo 50% das tarefas de nomeação de figuras e imitação de vocábulos da prova de fonologia. Para a comparação do desempenho entre os sujeitos, foram elaboradas escalas de pontuação geral, variando de 0 a 4, sendo que pontuações mais baixas indicariam alterações mais graves. Resultados: Quanto à prova de fonologia, no grupo com DEL houve predomínio (54,2%) da pontuação 1, equivalente à ocorrência de processos fonológicos de desenvolvimento e não-desenvolvimento e de um elevado número de idiossincrasias tanto na nomeação como na imitação, enquanto que no grupo com retardo, houve predomínio (46,9%) da pontuação 2, correspondente à ocorrência de processos fonológicos de desenvolvimento e de não-desenvolvimento e de um baixo número de idiossincrasias em ambas as tarefas. Para a maioria dos sujeitos de ambos os grupos foi possível considerar os dados da primeira avaliação fonoaudiológica (DEL= 50%; retardo= 62,5%). Entretanto, para o grupo com DEL, em alguns casos foi necessário considerar os dados de avaliações posteriores, inclusive da quarta, quinta ou sexta avaliação, padrão não observado no grupo com retardo. Quanto à prova de maturidade simbólica, no grupo com DEL, houve predomínio da pontuação 1 (53,1%), enquanto que no grupo com retardo, houve equilíbrio entre as pontuações mais freqüentes, 1 (37,5%) e 2 (37,5%). Na de vocabulário, houve predomínio da pontuação 2 (37,5%) no grupo com DEL e da pontuação 4 (56,3%) no grupo com retardo. Na prova de pragmática, houve predomínio da pontuação 2 (60,9%) no grupo com DEL e da pontuação 3 (40,6%) no grupo com retardo. Conclusão: As crianças com DEL, comparadas às com retardo de linguagem, apresentaram desempenho inferior em provas de fonologia, maturidade simbólica, vocabulário e pragmática. A prova de fonologia consiste em um bom indicativo para o diagnóstico diferencial entre os dois quadros. Contudo, considerando a variabilidade nas AEDLs, é importante que diferenciação entre os quadros seja respaldada também por dados como evolução no processo terapêutico e desempenho em outros aspectos da linguagem.


Dados de publicação
Página(s) : p.632
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa