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ADAPTAçãO SóCIO-COMUNICATIVA E PERFIL FUNCIONAL DA COMUNICAçãO NO ESPECTRO AUTíSTICO: ESTUDO LONGITUDINAL
Apresentador : Priscilla Faria Sousa-Morato (Universidade de São Paulo)
Autor(es) / Coautor(es) : Priscilla Faria Sousa-Morato, Fernanda Dreux Miranda Fernandes


Introdução: O trabalho fonoaudiológico com crianças do espectro autístico está profundamente relacionado às perspectivas lingüísticas, em especial às teorias pragmáticas, uma vez que as características observadas na linguagem destas crianças são deficitárias principalmente nos aspectos estudados por estas teorias, ou seja, as relações entre o uso da linguagem e os aspectos sociais e cognitivos do desenvolvimento. Deste modo, é fundamental a observação individualizada e detalhada, buscando diferentes análises sobre processos individuais.Objetivo: O objetivo geral deste trabalho foi verificar a existência de correlações significativas entre os dados da adaptação sócio-comunicativa, obtidos por meio de entrevistas com os pais e terapeutas, e os dados referentes ao perfil funcional da comunicação, obtidos em filmagens de sessões individuais, bem como suas possíveis alterações, após um período de aproximadamente 12 meses de terapia fonoaudiológica com crianças e adolescentes com Distúrbios do Espectro Autístico. Método: Participaram deste estudo 37 sujeitos em atendimento fonoaudiológico especializado há pelo menos 12 meses - sem interrupções maiores do que 4 semanas e que tenham freqüentado pelo menos 45 sessões - e com diagnóstico clínico incluído no espectro autístico, atribuído por médicos neurologistas e/ou psiquiatras segundo critérios específicos.Na coleta de dados para a determinação do perfil funcional da comunicação, a terapeuta de cada sujeito procurou fornecer um contexto comunicativo amplo, buscando a espontaneidade comunicativa.Quanto à adaptação sócio-comunicativa foram aplicados protocolos específicos por meio de entrevistas, individuais com os pais e terapeutas dos sujeitos, sendo que os entrevistados deveriam responder sim ou não a questões relacionadas ao desempenho sócio-comunicativo de seus filhos e pacientes, respectivamente.Resultados: Quanto ao acompanhamento longitudinal, por se tratar de um transtorno em que as grandes diferenças individuais são marcantes, a abordagem considerou cada sujeito como seu próprio controle, visando o melhor aproveitamento dos dados obtidos, sendo assim, possível observar as relações existentes entre a adaptação sócio-comunicativa e o perfil funcional da comunicação. Os resultados demonstraram que ao final de um período de aproximadamente um ano de atendimento fonoaudiológico houve maior convergência entre os dados obtidos com os pais e aqueles obtidos com as terapeutas, no que diz respeito à adaptação sócio-comunicativa, bem como uma maior convergência entre os resultados do perfil funcional da comunicação e da adaptação sócio-comunicativa. Conclusão: A utilização de dados obtidos com os pais juntamente com os fornecidos pelas terapeutas na coleta dos dados de adaptação sócio-comunicativa mostrou-se de grande valia, possibilitando uma produtiva troca de informações e a formação de parcerias que agem na detecção de possíveis falhas no processo de reabilitação. Apesar das crianças do espectro autístico apresentarem um desenvolvimento deficitário das habilidades de linguagem, cognição e socialização, os resultados referentes à adaptação sócio-comunicativa mostram que elas foram capazes de extrair pistas lingüísticas e não-lingüísticas do meio comunicativo, e utilizá-las de forma contextual em sua vida social, associando-as com os ganhos na linguagem e no desempenho sócio-cognitivo.


Dados de publicação
Página(s) : p.69
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa