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CONTATO OCULAR PRECOCE E ADAPTAçãO SóCIO-COMUNICATIVA AOS 12 E 18 MESES
Apresentador : Priscilla Faria Sousa-Morato (Universidade de São Paulo)
Autor(es) / Coautor(es) : Priscilla Faria Sousa-Morato, Aline Elise Gerbelli Belini, Fernanda Dreux Miranda Fernandes


Introdução: O contato ocular é esperado no bebê como indício de comunicação e como manifestação positiva de sua saúde psíquica. A partir das situações interativas que o bebê vivencia, sua comunicação evolui em aquisições lingüísticas e sociais. A EASC (Escala de Adaptação Sócio-Comunicativa) coloca como o primeiro estágio sócio-comunicativo: ações face a face por meio do contato ocular. O objetivo deste estudo foi investigar as correlações existentes entre as taxas de contato ocular apresentadas por bebês nos primeiros meses de vida e a adaptação sócio-comunicativa dos mesmos sujeitos aos 12 e aos 18 meses. Métodos: Dezessete bebês em desenvolvimento típico foram filmados mensalmente nos primeiros cinco meses de vida, em interação livre com suas mães. Foi registrada a presença/ausência de contato ocular entre o bebê e sua mãe em sessenta intervalos consecutivos de trinta segundos, em cada filmagem. Aos doze e aos dezoito meses foi aplicada com as mães dos sujeitos a EASC, questionário composto por quatro níveis, cada um contendo quatro estágios referentes às habilidades sociais da criança, que admitem respostas do tipo sim ou não. A pontuação geral máxima possível é de 16 pontos. A criança situa-se no maior nível em que apresente ao menos três respostas sim. Verificou-se, através do teste estatístico de correlações de Spearman (valor de significância (p) 0,050), as correlações entre as taxas de contato ocular em cada um dos meses e os seguintes dados da EASC: o nível no qual se situa a criança e sua pontuação geral. Resultados: As correlações estatisticamente significantes foram quatro: correlação positiva entre o contato ocular no primeiro mês e a pontuação geral na EASC aos 12 meses (cc= +0,504; p=0,039), correlação negativa entre o contato ocular no quinto mês e o nível sócio-comunicativo aos 12 meses (cc= -0,490; p=0,046), correlação positiva entre a taxa de ocorrência de contato ocular ao primeiro mês e a pontuação geral na EASC aos 18 meses (cc= +0,490 e p=0,046) e correlação positiva entre e o nível aos 18 meses e a pontuação geral na escala aos 18 meses (cc= +0,763; p=0,000). Conclusões: O contato ocular no período neonatal correlacionou-se às habilidades sócio-comunicativas dos bebês que compuseram a amostra ao longo de seu desenvolvimento, o que reforça a concepção do olhar como um importante componente não-verbal da comunicação e da socialização. A correlação entre o nível e a pontuação geral na EASC aos 18 meses indica a consistência do instrumento. O número de correlações encontradas pode ter sofrido influência das oposições que caracterizam os protocolos (um deles minucioso e o outro genérico), podendo ainda explicar a correlação negativa. De forma geral, este estudo demonstrou que o contato ocular é uma das primeiras habilidades sócio-comunicativas que a criança adquire, corroborando as idéias da EASC.


Dados de publicação
Página(s) : p.69
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa