Palavras-chave: disartria, terapia, motivação.
INTRODUÇÃO: Diversos autores na literatura concordam e põe em evidência a importância da motivação em todo o processo terapêutico, sobretudo na fonoterapia e mais ainda no paciente com distúrbio
neurológico adquirido (Behlau, 2005; Ortiz, 2005). A motivação do paciente na terapia auxilia a obtenção dos resultados traçados e num prognóstico de sucesso. O canto é um recurso terapêutico motivacional
valioso que eleva a auto-estima e proporciona ao paciente disposição, encorajando-o nas realizações desejadas pelo terapeuta; precisa ser melhor estudado e utilizado como recurso terapêutico em pacientes
lesionados cerebrais, sobretudo com disartrofonia. OBJETIVO: descrever relato de caso do uso do canto como recurso motivacional no processo terapêutico de um paciente com diagnóstico fonoaudiológico de
Disartrofonia Flácida. MÉTODOS: paciente, sexo masculino, 72 anos, hospitalizado após segundo episódio de Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCi), eupnéico, colaborativo, apresentou: baixo suporte
ventilatório, respiração predominantemente superior, monoloudness, projeção vocal deficitária, foco ressonantal superior, articulação restrita, prosódia preservada e labilidade emocional momentânea. Foram
realizadas 13 sessões terapêuticas ininterruptas visando a melhora da comunicação com utilização da Abordagem Fisiológica proposta por Ortiz (2006), focada nos sinais e sintomas apresentados, com uso do
canto, de comum acordo com o paciente, associado a técnicas vocais. Foram respeitados os princípios éticos preconizados pela Resolução do Conselho Nacional de Saúde 196/96-CNS, tendo o paciente assinado
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADOS: a utilização do canto como recurso terapêutico despertou maior interesse na realização dos exercícios propostos, observando-se maior motivação do
paciente durante a terapia fonoaudiológica, aumento de loudness à fala, melhor projeção vocal, foco ressonantal oralizado e respiração costo-diafragmática o que encorajou e favoreceu a melhoria da comunicação
do paciente, permitindo maiores possibilidades de interlocução com as pessoas ao seu redor no ambiente hospitalar. CONCLUSÃO: a utilização do canto mostrou-se fundamental para a obtenção dos resultados
supracitados. Tal recurso terapêutico contribuiu com a manutenção da auto-estima, favoreceu a obtenção dos objetivos traçados na terapia de forma prazerosa culminando na satisfação do paciente. Houve
reintegração social e conseqüentemente promoção da sua qualidade de vida.
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