SESS O DE POSTERS


AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO VOCAL E EMOCIONAL DE PROFESSORES E NÃO PROFESSORES
Autor(es): Anna Alice Figueirêdo de Almeida, Denise Batista da Costa, Eveline Gonçalves Silva, Germana Maria Soares da Cunha, Larissa Nadjara Alves Almeida, Leonardo Wanderley Lopes


Introdução: A voz é o instrumento primordial para a atuação dos docentes. Vários são os fatores que pode interferir nesse instrumento prejudicando a atuação dos professores. Muitos estudiosos da área apontam a interferência das emoções na produção da voz, como o estresse e a ansiedade.Metodologia: A amostra foi composta por 93 indivíduos, sendo 44 professores e 48 não professores, com idade entre 18-50 anos. Os dados foram coletados entre os meses de outubro de 2010 a maio de 2011, na cidade de João Pessoa-Paraíba. A coleta dos dados foi realizada por meio de uma ficha de triagem juntamente com o Questionário de Sinais e Sintomas Vocais (QSSV), o Questionário de Qualidade de Vida em Voz (QVV), Índice de Desvantagem Vocal (IDV), o Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE) e Self-Reporting Questionnaire (SRQ). Os três primeiros eram destinados à autoavaliação vocal e os dois últimos à análise das emoções, sobretudo à ansiedade. Por fim, foi feita a coleta da voz dos voluntários, com a emissão sustentada da vogal /E/, de modo habitual, e contagem de números de um a 10, para futura avaliação perceptivo-auditiva, que foi realizada por três fonoaudiólogos especialistas em voz, através da escala analógico-visual(EAV). Resultados e Discussão:Os grupos com queixas, sobretudo o de professores, apresentaram alterações tanto no comportamento vocal, quanto emocional: maior número de sintomas vocais (p=0,0001);maior comprometimento na autoavaliação da EAV(p=0.02) e na autoavaliação QVV (p=0,05); menor escore do QVV Total (p=0,0004); maior IDV Total (p=0,0003); grau de ansiedade (p=0,0001); IDATE Traço (p=0,001) e Estado (p=0,02); SRQ Total (p=0,009). O grau de alteração vocal dos grupos PCQ e NPCQ foi classificado como leve, enquanto os grupos PSQ e NPSQ não apresentaram alteração. Os professores relataram mais sintomas vocais comparando com os não professores, podendo ser relacionado com o elevado uso profissional da voz. Na avaliação do IDATE, percebeu-se que os professores com queixa tem grau de ansiedade maior que os demais pesquisados, isso se deve ao fato que as alterações vocais, se não tratadas, podem agravar problemas ou levar a outras alterações, incluindo psicológicas. No SRQ, a população com queixa, especialmente a de professores, apresentaram um número elevado de sintomas emocionais voltados à ansiedade, estresse e depressão: nervosismo (p=0,05), má digestão (p=0,05), insatisfação (p=0,03), dificuldade de tomar decisões (p=0,0004), ideia de acabar com a vida (p=0,03), sente cansado o tempo todo (p=0,05) ecansa-se com facilidade (p=0,005). Viu-se que quanto maior o número de sintomas vocais, mais ansioso e mais fatores emocionais negativos as pessoas dos grupos pesquisados possuíam. Assim, constatou-se que as alterações vocais influenciaram diretamente no traço de personalidade ansiosa do indivíduo, bem como outros fatores emocionais como estresse e depressão. Conclusão: Percebeu-se que existe relação entre aspectos emocionais e vocais, visto que estes interferem diretamente no comportamento vocal, na autoavaliação e no número de queixas apresentadas pelos sujeitos. Notou-se ainda, que professores que relataram queixas vocais, são mais influenciados pelos fatores emocionais, confirmando que estes profissionais são mais vulneráveis a alterações vocais.


Dados de publicação
Página(s) : p.1091
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa