SESSÃO DE POSTERS


Protocolo para Avaliação do Vocabulário Receptivo com Objetos Concretos - PAVROC
Autor(es): Vanessa Lucas Ribeiro, Ana Paula Lefèvre


Introdução: A Terapia Assistida por Interação Homem/Animal é um recurso terapêutico que utiliza animais como o cão e o cavalo no processo de reabilitação. Propiciamos aos praticantes atividades realizadas em um ambiente diferenciado, rico em estímulos. No projeto de extensão Terapia Assistida por Interação Homem/Animal da Universidade Guarulhos, a atuação interdisciplinar, incluindo Fisioterapia, Fonoaudiologia, Psicologia, Serviço Social e Nutrição, favorece o desenvolvimento de vários aspectos de crianças portadoras de Síndrome de Down, entre outros. Na área da Fonoaudiologia, buscou-se uma maneira de possibilitar a avaliação e a estimulação da linguagem (oralidade, intenção comunicativa, ampliação de campos semânticos) além de acompanhar os benefícios gerados pela adequação gradual da motricidade orofacial que contribui para a articulação da fala.
Existem à disposição do fonoaudiólogo modelos de protocolos para a avaliação da semântica que, embora sejam eficientes para a aplicação clínica, nem sempre contemplam as necessidades quando se realiza a avaliação em outro ambiente que não seja o consultório, como é o caso do ambiente da equoterapia.
Objetivo: O objetivo deste trabalho é apresentar um protocolo para avaliação semântica, adaptado a partir da Prova de Avaliação do Vocabulário Receptivo de Morselli, para uso específico no ambiente da Equoterapia.
Método: O protocolo foi adaptado a partir da Prova de Avaliação do Vocabulário Receptivo de Morselli e foi chamado de Protocolo para Avaliação do Vocabulário Receptivo com Objetos Concretos – PAVROC. Foram escolhidos 10 itens de 04 dos 09 campos semânticos existentes na prova: vestuário, alimentos, animais, móveis e utensílios. Foi acrescentado um campo referente ao esquema corporal que, apesar de não apresentar valores de referência para normalidade, proporciona a avaliação de itens que fazem parte do vocabulário da maioria das crianças, independente de patologia, e que são trabalhados exaustivamente no ambiente da equoterapia. Os valores de referência são computados através da pontuação obtida comparando os resultados alcançados em dois momentos de avaliação – inicial e após 04 meses. Os materiais que compõem o protocolo são objetos reais, tais como peças de roupas, alimentos, utensílios, miniaturas e brinquedos certificados pelo INMETRO, afim de que não representem risco aos sujeitos e foram utilizados na avaliação e no programa terapêutico estabelecido para cada criança praticante de equoterapia assistidas pelo projeto.
Após anuência dos responsáveis e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, o protocolo foi aplicado a 03 crianças portadoras de Síndrome de Down, todas do gênero feminino, com idade entre 2.0 a 3.1 anos. Depois de passarem por sessões de equoterapia nas quais foram trabalhados os campos semânticos avaliados, entre outros aspectos da linguagem, foram reavaliadas seguindo os mesmos procedimentos.
Resultados: Após a utilização do PAVROC nas sessões terapêuticas, os praticantes apresentam um ganho significativo nos campos semânticos trabalhados e na articulação da fala, além de apresentarem melhoras em outros aspectos que envolvem habilidades cognitivas e comunicativas e desenvolvimento neuropsicomotor dos sujeitos devido a possibilidade de manuseio dos objetos que compõem o protocolo.
Conclusão: O PAVROC mostrou ser um instrumento útil para avaliação da linguagem focando aspectos semânticos podendo ser utilizado em ambientes distintos da sala de terapia.


Dados de publicação
Página(s) : p.1342
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa