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CARACTERÍSTICAS COMUNICATIVAS NA EXPRESSIVIDADE DO TELEJORNALISMO
Autor(es): Carolina Pennini, Marina Padovani, Vanessa Pedrosa Vieira


Introdução: O telejornalista é um profissional que precisa ter uma comunicação de qualidade com aspectos de voz e fala adequados à sua profissão e linha editorial. No meio televisivo, os telejornalistas são profissionais que dependem da comunicação e fazem uso intensivo da voz. Nesses casos, a atuação fonoaudiológica tem sido indispensável. Muitas vezes eles podem necessitar de aprimoramento da comunicação relacionado à expressividade vocal, verbal e corporal para que obtenham uma comunicação efetiva. Esses aspectos conferem objetividade, clareza, assertividade, persuasão, empatia e confiança, o que atrai a atenção dos telespectadores e aumenta a audiência. Objetivo: Caracterizar, por meio de escala analógico-visual, a voz e fala de emissões jornalísticas de repórteres com muita e pouca experiência. Método: O estudo prospectivo foi desenvolvido em uma emissora de televisão brasileira e nas Faculdades Metropolitanas Unidas. Participaram do presente estudo 12 repórteres, sendo 6 do sexo masculino e 6 do sexo feminino, selecionados pelo tempo de experiência e atuação em jornal local ou nacional. Foi apresentado um único “off” aos repórteres e o material foi gravado diretamente em computador usando o programa Fonotools, no modo repetição. As gravações foram avaliadas perceptivo auditivamente, de forma cega, por 5 fonoaudiólogos com experiência em telejornalismo, utilizando uma escala analógico-visual de 10 cm, nos seguintes aspectos da comunicação: qualidade vocal e articulação adequadas à função, pitch, velocidade de fala, pausas, ênfases, modulação e finalização adequadas aos textos, considerando quanto melhor a característica, maior o deslocamento na escala em direção à 10cm. Resultados: Os repórteres com maior experiência e atuação em jornal nacional apresentaram maior pontuação em todos os aspectos quando comparados aos repórteres com pouca experiência. A qualidade vocal (média 77 no grupo com muita experiência e 54 no grupo com pouca experiência) e articulação (média 85 no grupo com muita experiência e 61 no grupo com pouca experiência) foram os aspectos que obtiveram maior pontuação em ambos os grupos. A modulação (média 63 no grupo com muita experiência e 37 no grupo com pouca experiência) e pausa (média 59 no grupo com muita experiência e 36 no grupo com pouca experiência) foram os aspectos com menor pontuação nos dois grupos. Discussão: A articulação precisa dos sons da fala e a qualidade vocal bem adaptada são exigências inerentes à profissão de telejornalista e são determinantes para o progresso profissional. Também são características que podem ser consideradas mais fáceis de serem percebidas pelo ouvinte e corrigidas pelo falante. O uso de pausas e modulação no texto são características de prosódia mais difíceis de serem controladas pelo profissional com menor experiência. Conclusão: O trabalho fonoaudiológico com telejornalista pode ser iniciado por aspectos mais fáceis de serem percebidos e manipulados pelo repórter, como a qualidade vocal e a articulação, que são valorizados nas locuções de melhor expressividade, seguido por aspectos relativos à prosódia, mais complexos para o controle voluntário.


Dados de publicação
Página(s) : p.1464
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa