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BALISADORES DE TEMPO DA REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM LINGUAGEM
Autor(es): Carine Cruz Ferreira, Márcia Mathias de Castro, Karina Reis


Introdução: Balizadores de tempo de tratamento fonoaudiológico constituem parâmetros importantes para o planejamento, acompanhamento e avaliação de serviços de saúde, não devendo modificar ou substituir a conduta profissional, que é norteada pelo conhecimento, experiência e pela situação específica do paciente em atendimento. Balizador é um tempo médio em suas respectivas áreas e não uma obrigação a ser seguida, pois sabe-se que cada paciente reage de forma diferente à diferentes tratamentos e que cada um evolui de forma particular. Na Universidade Guarulhos (UnG) os pacientes têm direito à três semestres de atendimento, sendo que são semestres letivos de aproximadamente quatro meses de atendimento.
Objetivo: Verificar o tempo de intervenção para pacientes com alteração primária de linguagem em uma clínica escola.
Métodos: Foram analisados 31 prontuários de pacientes da Clínica de Fonoaudiologia UnG, com queixa de linguagem, que estão ou estiveram em atendimento nos últimos cinco semestres. Os atendimentos ocorreram semanalmente, com uma sessão semanal de 45 minutos. Foram computadas as sessões dedicadas apenas a fonoterapia, tendo sido descartadas as sessões destinadas à avaliação e reavaliação que ocorrem no início e final de cada semestre letivo respectivamente; bem como a(s) sessão(s) de orientação/devolutiva familiar. Os grupos foram separados por diagnóstico: TF (transtorno fonológico); AL (atraso de linguagem); DEL (distúrbio específico de linguagem).
Resultados: Dentre os diagnósticos de linguagem, o transtorno fonológico (TF) foi o mais prevalente com 22 sujeitos (70%), seguido do atraso de linguagem (AL) com 7 sujeitos (22%). Com distúrbio específico de linguagem (DEL) houve apenas um sujeito (8%). A média de idade dos sujeitos foi de 5,6 anos (DP±1,88).
Resultados: Dentre os 22 sujeitos com TF, 27% receberam alta com uma média de 19 sessões de fonoterapia, 37% atingiram o limite de 18 meses de atendimento e foram encaminhados para continuar fonoterapia em outro serviço, os mesmos obtiveram uma média de 20 sessões, 9% continuam em atendimento, um com 10 e outro com 17 sessões, 27% desistiram do tratamento. Do grupo AL composto por 7 sujeitos, 61,5% tiveram alta com uma média de 19 sessões; e 38,5% estão em atendimento com uma média de 19 sessões. O sujeito com DEL atingiu o limite de 18 meses de atendimento e foi encaminhado para continuar fonoterapia em outro serviço.
Discussão: Dentre a alteração primária de linguagem mais prevalente, o TF, a alta pode ocorrer a partir de 17 sessões (DP±6) em média, evidenciando a possibilidade de um breve processo de intervenção nessa faixa etária. No AL, a alta pode ocorrer a partir de 9 sessões, sendo que 64% receberam alta com 19 sessões (DP±4). A alteração menos prevalente (DEL) demanda tempo de intervenção superior, por se tratar de um quadro persistente. Embora não computada, a orientação familiar foi constante durante o tratamento. Conclusão: A normalização das alterações de linguagem de natureza primária mostrou-se dependente do diagnóstico. A maioria das crianças com AL e 27% do TF normalizou após breve período de intervenção, 17 sessões em média. As demais crianças necessitaram de um tempo maior ao que foi disponibilizado na clínica escola.


Dados de publicação
Página(s) : p.2597
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa