Outubro foi escolhido pela International Society for Augmentative and Alternative Communication (ISAAC) para divulgar e conscientizar sobre a importância da Comunicação Suplementar e Alternativa entre profissionais, familiares e pessoas com necessidades complexas de comunicação.
Neste ano, o tema da Campanha é "Comunicação Alternativa: vamos conversar"? Assim, queremos deixar uma reflexão: você já conversou com uma criança, jovem ou adulto que não fala?
A Comunicação Suplementar e Alternativa é uma área de conhecimento que pode garantir o direito à comunicação para todas as pessoas. E embora seja um campo agregador a vários profissionais, que atuam de forma inter, multi ou transdisciplinar, a orientação e coordenação da equipe em relação ao conteúdo das competências linguísticas e comunicativas cabe ao fonoaudiólogo - que pode atuar no contexto da linguagem nos diferentes ambientes, como escolar, familiar, hospitalar, social, entre outros.
Por isso, te convidamos a participar do nosso Mês de Conscientização da Comunicação Suplementar e Alternativa! Vamos informar, orientar e capacitar as diferentes maneiras de comunicação para todos!
Comunicação alternativa: vamos conversar?
Ana Cristina Montenegro
CRFa 4 - 5776
Fonoaudióloga, diretora executiva da SBFa, coordenadora do projeto Autismo Comunica – UFPE
"A conversa inicia por meio do brincar. A partir da brincadeira, começo a deixá-lo se conectar comigo. E por meio de sorrisos, pulos, jogos, encaixes, miniaturas de animais ou cócegas, a comunicação se inicia e introduzo, aos poucos, o sistema de comunicação alternativa para que possamos ampliar a conexão e, assim, nos comunicarmos. Usamos pictogramas que representam palavras e depois construímos frases. Iniciamos com solicitações, depois perguntas, comentários, narrativas e assim seguimos, brincando e conversando".
Débora Deliberato
CRFa 2 – 3458
Fonoaudióloga, coordenadora do Comitê de Comunicação Suplementar e Alternativa
"A conversa que tenho com meus parceiros que usam a comunicação alternativa vai depender de onde estamos, qual é o assunto e quais os instrumentos que eles (as) possuem no momento que estamos conversando. Algo muito importante é o tempo de espera que eu procuro respeitar: cada pessoa com necessidades complexas de comunicação tem um tempo necessário para se organizar durante os diálogos que trocamos numa conversa. Aliás, cada pessoa tem seu tempo numa situação de conversa!"
"Quando uma criança, jovem ou adulto está iniciando o processo de implementação dos sistemas suplementares e alternativos de comunicação, eu procuro enfatizar e dar importância às habilidades de expressão já existentes, e incorporar por meio de suporte os símbolos pictográficos ao conteúdo da conversa. Nem sempre temos os recursos de comunicação alternativa apropriados no momento da conversa, ou mesmo a total compreensão da intenção das pessoas com necessidades complexas de comunicação, mas precisamos informar as nossas crianças, jovens e adultos que também podemos estar aprendendo a usar a Comunicação Alternativa para ter acesso às informações durante uma conversa e, assim, ampliar as situações de interação e conversas em diferentes contextos".
Ana Lúcia
Mãe da Letícia
"Comunicação alternativa muda a vida das pessoas com dificuldade de aprendizagem e, principalmente, de comunicação. Com isso, conseguem 'dizer' suas vontades e necessidades, ajudando em sua interação com a sociedade. E detalhe, é extremamente eficiente."
Pais de um paciente do projeto Autismo Comunica – UFPE
"Vocês ajudaram o meu filho a se comunicar, a comunicação é tudo e vocês mostraram que era possível com a comunicação alternativa. A gente não sabia e apareceu como um milagre. Hoje meu filho fala".
"Somos eternamente gratos. A gente acredita no trabalho de vocês, sempre acreditamos e por isso sempre nos esforçamos".
"Esse tablet caiu como uma benção na vida da gente. Ele começou a utilizar a comunicação alternativa no tablet com 2 anos e meio, e hoje ele tem 5 anos e, de lá para cá, ele só evolui. Agora fala demais, ele não para, fica perguntando tudo".
André
Pai do Diego
"Se eu usar as fichas, meu filho não vai aprender a falar'? Esse é um entre muitos comentários que ouço sobre trabalhar com imagens. Agora, falando a verdade: existem muitos profissionais que não acreditam na CSA (Comunicação Suplementar Alternativa), mas por quê? Ao meu entendimento, nada mais conveniente do que não saber seus reais benefícios".
"Porém, posso lhes dizer! Tenho um menino com diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista) e ele praticamente não interagia aos 2 anos, não sabia pedir ou até mesmo apontar. A CSA usada corretamente, acompanhada por uma profissional, foi um ponto de partida para seu desenvolvimento verbal e hoje, com 9 anos e falando muito, deixa claro que a ferramenta da CSA tem um papel fundamental no desenvolvimento da comunicação verbal e não-verbal!"