HABILIDADES RESIDUAIS DE COMUNICAÇÃO NA DEMÊNCIA DE ALZHEIMER: DADOS PRELIMINARES
Autor(es) / Coautor(es) : Regiane de Souza, Regiane de Souza, Cíntia Matsuda Toledo, Marilia Barbieri Pereira, Lilian Schafirovits Morillo, Leticia Lessa Mansur



Introdução: A preocupação com o aumento da população idosa e maior incidência de doenças relacionadas à idade, como as crônico-degenerativas, tem motivado estudos sobre o envelhecimento cognitivo normal e
patológico. A demência é uma síndrome caracterizada por declínio cognitivo predominantemente de memória, associado a déficit de pelo menos uma outra função cognitiva com intensidade suficiente para
interferir nas atividades de vida diárias. A demência de Alzheimer (DA) é a mais freqüente e seu estudo tem contribuído de modo significativo para a compreensão sobre demências em idosos. No que diz respeito à
linguagem, o paciente com DA apresenta alterações que se assemelham às afasias. Poucos são os estudos sobre as habilidades de comunicação em indivíduos com comprometimentos moderados e graves. Objetivo:
Descrever habilidades funcionais de comunicação de pacientes com DA em graus moderado e grave. Método: A amostra foi composta por 4 sujeitos idosos, todos com idade acima de 80 anos e diagnóstico de DA
provável (critério NINCS-ADRDA) em níveis de estadiamento clínico 2 e 3 na escala Clinical Dementia Rating (CDR). Um sujeito era analfabeto, dois completaram três anos de escolaridade e o restante freqüentou a
escola durante 13 anos. Para a avaliação foi utilizado o Inventário Funcional de Comunicação Lingüística (Functional Linguistic Communication Inventory – FLCI), que avalia habilidades funcionais residuais de
comunicação nas demências em graus moderado a grave e a escala de estadiamento funcional (Functional Assessment Staging - FAST) que avalia habilidades funcionais globais, da vida cotidiana. Nessa escala, assim
como no CDR, maior pontuação corresponde ao pior desempenho. Resultados: Verificou-se que 03 indivíduos apresentaram CDR 2, com pontuação global no exame de comunicação funcional (FLCI) de 72 (desvio-
padrão=8,48), variação entre 20-66. Nesse grupo, as seguintes habilidades de comunicação mostraram-se preservadas em todos os sujeitos: resposta a questões e seguimentos de comandos. Adicionalmente, foram
notadas preservação de saudação e nomeação e pantomima (sujeito 1); escrita, recordação, pantomima, gestos e conversação (sujeito 2); escrita, compreensão de sinais e emparelhamento de objeto-figura (sujeito
3). A média global de habilidades funcionais foi de 4,5 (desvio-padrão=0,70) e a do MEEM foi de 11,67 (desvio-padrão=8,38). No indivíduo com CDR 3, a pontuação global foi de 5 no FLCI e a média nas habilidades
funcionais globais foi de 7 e o MEEM foi zero. Esse sujeito apresentou preservação de saudação, nomeação e gestos. A amostra preliminar não permite a realização de análise estatística, para verificar efeitos
sociodemográficos de idade e escolaridade no desempenho, mas constata-se que a participante analfabeta, que recebeu pontuação 2 no CDR, apresenta níveis de desempenho funcionais equivalentes ao participante
mais grave, com CDR 3 e que o participante com maior escolaridade foi classificado com menor comprometimento na escala funcional FAST. Conclusão: O planejamento da atenção fonoaudiológica aos portadores de
demência deve ser pautado por modelos de funcionalidade, como pretende o FLCI. Os dados gerados a partir desse inventário facilitaram a identificação de possíveis estratégias de monitoramento de evolução e de
intervenção fonoaudiológica junto aos profissionais e familiares, no caso de pacientes com demência em estágios avançados.




Dados de publica��o
P�gina(s) : p.2302
URL (endere�o digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa