SESSÃO DE TEMAS LIVRES
O desafio do condicionamento vocal do cantor de Heavy metal – Estudo de Caso
Autor(es): Guilherme Pecoraro, Mara Behlau
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Introdução: O Heavy metal é um gênero musical derivado do rock que exige do cantor versatilidade de ajustes larÃngeos, polivalência vocal e pode ser considerado um desafio para os profissionais que atuam junto a esses profissionais. O trabalho fonoaudiológico de aperfeiçoamento é realizado na ausência de queixas e/ou alterações de voz e pode ser preventivo, além de propiciar melhor rendimento artÃstico. Objetivos: Descrever os recursos de uma proposta de aquecimento e desaquecimento vocal para o Heavy metal e caracterizar as modificações vocais por meio de análise auditiva e acústica. Métodos: Cantor profissional, 43 anos de idade, 25 anos de profissão, sem queixa vocal e com exame larÃngeo normal. Gravação de voz falada e cantada, pré, pós-aquecimento vocal e pós-show. Aplicação de proposta especÃfica de condicionamento vocal. Estratégias de aquecimento vocal: 1. Vibração de lÃngua em TMF em uma mesma nota confortável em tom de fala; 2. Vibração de lábios ascendente e descendente até registro de falsete; 3. ExercÃcio de Fry associado ao som hiperagudo; 4. Estalo de lÃngua associado ao som nasal; 5. Abertura e fechamento de boca exagerada nas vogais A, Ê, É e I, Ô, Ó e U; 6. Messa di voce; 7. ExercÃcio de nasal com constrição farÃngea para treino de efeito e projeção de voz. Avaliação perceptivo-auditiva e acústica, com extração de f0 e espectrografia pré, pós-aquecimento e pós-show. Desaquecimento: 1. Rotação de lÃngua no vestÃbulo sonorizada; 2. Vibração de lÃngua glissando descendente, chegando à região da voz falada habitual; 3. Técnica de bocejo-suspiro. Resultados: As avaliações perceptivo-auditivas e acústicas pré e pós-show indicaram voz normal, com emissão no pós-show em direção à hiperfunção vocal, retornando ao padrão habitual pós-desaquecimento. A proposta de condicionamento prescrita foi facilmente seguida pelo cantor, que identificou melhorias em sua emissão. Discussão: Efeitos vocais intensos são caracterÃsticas desse gênero musical e podem ser potencialmente lesivos. Um aquecimento vocal deve ser individualizado para o preparo do cantor a uma demanda especÃfica. Os exercÃcios prescritos têm como objetivo uma melhor ativação fisiológica das estruturas e músculos, assim como a reprodução simplificada e lentificada dos recursos estilÃsticos tÃpicos do canto. A vibração de lÃngua e lábios mobiliza a mucosa e as modulações de frequência trabalham alongamento de TA e CT. A passagem de som basal ao hiperagudo explora o controle da tessitura, a técnica de estalo de lÃngua associado ao som nasal ajuda na elevação da ressonância, redução de constrições desnecessárias e mobilização da laringe. O messa di voce e a abertura de boca nas vogais são utilizados para o controle da intensidade e articulação, além da opção de utilizar um exercÃcio de emissão nasal com constrição farÃngea para mobilizar as estruturas responsáveis pelo efeito desse estilo. No desaquecimento, os exercÃcios auxiliam na redução da f0, no abaixamento da laringe, reposicionando a voz na emissão habitual. Conclusão: O aquecimento e o desaquecimento vocal personalizado podem propiciar ao cantor ajuste larÃngeos mais saudáveis, maior flexibilidade de trato vocal, estabilidade da emissão, ampliação da tessitura vocal e redução da constrição global excessiva. |
Dados de publicação
Página(s) : p.225
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa
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