Código: OCL1466
VERIFICAÇÃO DO DOMÍNIO DA MORFOLOGIA FLEXIONAL DO PORTUGUÊS EM CRIANÇAS PRÉ-ESCOLARES
 
Autores: Noemi Takiuchi, Ana Luiza Gomes Pinto Navas, Ágata Simone da Silva, Raquel Destri da Silva Leme, Suelen Graton Rossi, Vivian Leyne Uessugui, Ruanda Julio, Estela Vitor Burdin
Instituição: FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO
 
Conhecer o desenvolvimento normal de linguagem é essencial quando se pensa em identificar atrasos e desvios. É imprescindível que sejam levantados os parâmetros de desenvolvimento lingüístico normal para que o diagnóstico fonoaudiológico se torne mais preciso. Vários estudos têm sido realizados, na Lingüística, Psicolingüística e Fonoaudiologia, enfocando os subsistemas da linguagem. Porém, a morfossintaxe ainda foi pouco investigada, não havendo referências de normalidade para o português brasileiro. Nesta área, a morfologia flexional é de especial interesse no estudo do desenvolvimento lingüístico, pois reflete o processo de aquisição de regras gramaticais. Sendo assim, este estudo teve como objetivo explorar inicialmente o domínio da morfologia flexional do português brasileiro em crianças pré-escolares. Os sujeitos foram 232 crianças, alunos de uma EMEI da cidade de São Paulo, divididas em grupos etários compreendendo 3, 4, 5 e 6 anos. A tarefa consistia em pranchas com figuras eliciadoras de palavras que necessitavam de flexão. Para cada prancha a criança deveria completar uma oração iniciada pela examinadora, com a palavra flexionada. Os aspectos investigados foram: gênero, plural, passado, presente contínuo, concordância verbal número-pessoa, concordância nominal de gênero e de número. Os resultados indicaram o domínio precoce das flexões de gênero e das flexões verbais. Para as flexões indicando número plural, tanto nominais como verbais, foi observado um aumento gradual com a idade, porém a produção dos morfemas foi muito abaixo do observado nos demais morfemas investigados. Esses resultados devem ser compreendidos quanto ao processo de desenvolvimento lingüístico na interação com aspectos sociais. Dessa forma, para essa população em específico o não-uso das flexões de número plural parece indicar uma variação sociolingüística e não uma dificuldade na aquisição, uma vez que os demais morfemas foram utilizados corretamente. É importante que outros estudos sejam realizados em crianças de contextos sócio-econômico-culturais distintos para o estabelecimento dos parâmetros de referência.
 
 
Contato: noemi.takiuchi@gmail.com
 

Imprimir Trabalho

Imprimir Certificado Colorido

Imprimir Certificado em Preto e Branco