A QUESTÃO DA PESQUISA NA AVALIAÇÃO DA LINGUAGEM
Ana Paula Santana
Palestrante
Instituição: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
 
Grande parte das pesquisas em neuropsicologia ainda reproduzem estudos positivistas onde os métodos de pesquisa, de descrição e de análise baseiam-se em princípios formais que evidenciam uma certa concepção de cérebro e de linguagem recorrentes ao século XIX e princípio do XX. As implicações dessa visão são observadas nas avaliações quantitativas com análises estatíticas, na correlação sintoma x lesão, na classificação e padronização do quanto o sujeito afasta-se de uma norma baseada em um sujeito \"ideal\" e \"a-histórico\". Por sua vez, a neurociência vem discutindo um conceito de cérebro dinâmico, plástico e diretamente relacionado às práticas sociais. As pesquisas realizadas a partir de uma neurolinguistica de base enunciativo-discursiva, levando em conta os estudos de Bakhtin no qual tem o diálogo como base de análise, já vem discutindo as limitações dos estudos que analisam apenas aspectos metalingüísticos e baseados em uma certa idéia de “cérebro universal”. Apesar disso, os estudos da linguagem patológica muitas vezes ainda têm por base uma análise a-histórica e que concebe a linguagem apenas como um código entre falantes. A proposta desta comunicação é justamente apresentar os fundamentos teóricos que subjazem a uma avaliação que parte de uma concepção de linguagem enunciativo-discursiva. Questões como essa já tem sido apontadas na afasiologia, mas podemos considerar que os estudos são restritos quando propõem discutir a linguagem no idoso e na Doença de Alzheimer. As pesquisas baseadas em uma neurolinguistica discursiva oferecem caminhos outros para o entendimento dos aspectos lingüístico-cognitivos a partir do momento em que se considera a relação entre o sujeito, a linguagem e as práticas sociais.
 
Contato: ana.santana2@utp.br
 

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