Código: TEV0112
DISFONIA E ALTERAÇÃO NO PROCESSAMENTO AUDITIVO: APRESENTAÇÃO DE CASO
 
Autores: Gisele Gasparini, Mara Behlau, Osíris do Brasil
Instituição: CENTRO DE ESTUDOS DA VOZ - CEV
 
Indivíduo do sexo masculino, 29 anos, com a seguinte queixa vocal: “Quero saber se minha voz é aguda mesmo ou se é um problema”. O paciente também referia fadiga vocal, dificuldade para cantar na região grave e piora da comunicação em estresse. No exame otorrinolaringológico apresentou laringe elevada, simétrica, sem constrições, com proporção glótica normal para idade e sexo, fechamento glótico completo e onda de mucosa normal, apesar de presença de sulco estria menor bilateral. Na avaliação fonoaudiológica observou-se voz aguda e soprosa, sem rugosidade, com ressonância nasal discreta, articulação travada e perda ocasional da sonorização de alguns sons. A análise acústica mostrou tempos máximos de fonação reduzidos (13”), freqüência aguda (205Hz), com índices de perturbação no curto-prazo e medidas de ruído normais (VOX METRIA, CTS). O diagnóstico foi muda vocal incompleta por alteração estrutural mínima e a conduta indicada foi terapia fonoaudiológica. Utilizaram-se as técnicas de manobras musculares e sons facilitadores em um total de 6 horas de terapia. O paciente conseguia atingir F0 de 160 Hz, porém sem estabilização e apresentando dificuldades para discriminação e monitoramento auditivo da produção vocal. O paciente foi encaminhado para avaliação do processamento auditivo, que apontou audição normal, porém com alterações nas tarefas de ordenação temporal, figura-fundo, discriminação de padrão de sons e reconhecimento de sons verbais. A abordagem terapêutica passou a incluir treinamento auditivo (FONO TOOLS, CTS), totalizando mais 4 horas adicionais de reabilitação. Ao final do processo a emissão tornou-se estável, com voz grave e F0 de 117Hz. A identificação das alterações no processamento auditivo e a mudança de foco no treinamento vocal facilitaram a reabilitação do paciente, promovendo tanto uma melhora na voz como na qualidade de vida. Pacientes com disfonia por desvio na freqüência fundamental e dificuldade de estabilização terapêutica devem ser submetidos à avaliação do processamento auditivo.
 
 
Contato: giselegasparini@uol.com.br
 

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