Código: OCS0381
A CONCEPÇÃO DE ESCOLA POR UM GRUPO DE SUJEITOS COM ALTERAÇÕES DE LEITURA E DE ESCRITA: UM SABER QUE JULGAM NÃO SABER
 
Autores: Juliana Helena Rossini Aily, Silvana Perotino
Instituição: UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA
 
O objetivo deste trabalho foi refletir sobre o que dizem os sujeitos em processo terapêutico fonoaudiológico a respeito de sua escola. Julgou-se que, por meio de uma escuta sobre o sentido que a escola tem para esses sujeitos, ser possível propor ações fonoaudiológicas no espaço escolar. Os sujeitos desse estudo são crianças que freqüentam classes regulares de primeira à sexta série e que, também, estão em atendimento no setor de Fonoaudiologia da Prefeitura Municipal de Santa Gertrudes/SP, cujo diagnóstico fonoaudiológico é de alteração de leitura-escrita ou alteração fono-articulatória e de leitura-escrita. Foi aplicada uma entrevista semi-estruturada aos sujeitos selecionados, cujas respostas foram gravadas em áudio e transcritas. Foram observadas quais eram as categorias mais recorrentes no discurso das crianças entrevistadas, optando-se por uma análise qualitativa das respostas referidas por se julgar necessário explicar as filiações discursivas a que pertenciam aquilo que os sujeitos diziam a respeito de sua escola. Os resultados referidos apontaram para o reconhecimento da função social da escrita pelos sujeitos, ou seja, eles perceberam que a escrita está inserida em diferentes práticas discursivas e não somente nos exercícios tradicionais de língua portuguesa apresentados pela escola. As respostas genéricas e de negação observadas indicaram que o silenciamento com relação às atividades propostas em sala de aula não poderia ser atribuído somente aos problemas de aprendizagem apresentados por alguns sujeitos, mas deveria ser compreendido a partir do percurso educacional de cada um bem como estar relacionado às imagens de mal falantes e de crianças-problemas formadas em seu contexto familiar e social/escolar. As propostas de ações fonoaudiológicas no contexto escolar poderão se mostrar efetivas desde que a discussão inicie-se pelo projeto pedagógico das escolas, com a reflexão sobre as concepções de sujeito e de linguagem ali contidas e suas conseqüências na prática de sala de aula.
 
 
Contato: silvana-perotino@uol.com.br
 

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