Código: OEL0587
ESCLEROSE TUBEROSA E AUTISMO: ESTUDO LONGITUDINAL DE UM CASO
 
Autores: Aline Elise Gerbelli, Milene Rossi Pereira Barbosa, Milena Silva de Freitas, Isabele Pires Camargo, Kenya Ayo-kianga da Silva Faustino, Fernanda Dreux Miranda Fernandes
Instituição: FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
 
Descrição do quadro: G.R.S., 8 anos e 2 meses, sexo feminino, tem diagnóstico de Esclerose Tuberosa (ET) desde os quatro anos de idade. Desenvolveu-se sem alterações até a idade de 1 ano e 5 meses, quando começou a apresentar febres altas e convulsões, passando a realizar controle medicamentoso. Em avaliação fonoaudiológica, realizada em dezembro de 2003 (6 anos e 9 meses), observou-se: comportamento auto-centrado, exploração primitiva de objetos, intenção comunicativa deficiente, alteração de compreensão de linguagem, ausência de verbalizações, utilização dos meios comunicativos gestual e vocal de forma estereotipada e com função de treino ou auto-estimulação, recusa a contato físico afetivo, contato interpessoal apenas frente a rotinas sociais conhecidas e repetitivas.
Procedimento: Iniciou processo terapêutico fonoaudiológico em serviço especializado em Distúrbios do Espectro Autístico, com enfoque nos distúrbios de linguagem, comportamento e socialização, na linha Pragmática.
Resultados obtidos: Ao longo destes dezoito meses de intervenção, a criança evoluiu positivamente quanto ao percentual de atos comunicativos interpessoais (de 33,3% para 54,2%) e quanto ao número de funções comunicativas utilizadas (de 9 para 12). Manteve, em seu perfil comunicativo, aproximadamente 3 atos por minuto, com predomínio de uso do meio gestual. A utilização do meio vocal esteve sempre abaixo de 50%, e o meio verbal ausente. Observa-se também a manutenção de seu desempenho nos aspectos sócio-cognitivos de jogo combinatório e simbólico (escore 1) e a piora em seu desempenho quanto à intenção comunicativa e à imitação gestual.
Conclusão: Observa-se uma conjugação da ET com o autismo, conforme descrito nas estatísticas epidemiológicas. A criança apresenta importante comprometimento sócio-comunicativo, e, apesar da melhora no caráter interpessoal da comunicação, o quadro evoluiu negativamente em alguns aspectos, de forma condizente com a história natural da patologia. As limitações do atendimento ambulatorial em um caso desta gravidade levam a pensar nos benefícios da institucionalização.
 
 
Contato: milenefono@yahoo.com.br
 

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