Código: OEL0741
ANÁLISE DA NARRATIVA E DA BRINCADEIRA SIMBÓLICA DE UMA CRIANÇA CEGA CONGÊNITA
 
Autores: Maria Monteiro Drumond Poyares, Márcia Goldfeld, Mônica Medeiros de Britto Pereira
Instituição: UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
 
Descrição do quadro: Criança de sete anos , com cegueira congênita causada por retinoblastoma, nível sócio econômico baixo, estudante de Escola Pública Especializada desde os cinco anos e atualmente cursando a Classe de Alfabetização.
Procedimento: Gravação em fita digital, da produção da narrativa da criança com o adulto interlocutor em três momentos distintos: 1- atividade de brincadeira simbólica, 2- relato de caso, 3- recontagem de história infantil. Na etapa posterior, foi feita análise da narrativa, segundo critérios pré definidos por Perroni (1992), e do desenvolvimento da brincadeira simbólica segundo Vygotsky (1989).
Resultados obtidos: Brincadeira: observa-se que no mundo do faz de conta, a criança não toma a iniciativa e a condução da brincadeira, fica dependente do adulto. Há predomínio de cenas isoladas, sendo esperado para esta idade a seqüência contínua.Não há a presença imaginária de personagens do mundo infantil. Assume papéis como o de médico, mas não atribui personalidade aos brinquedos e dedica muito tempo à manipulação exploratória dos objetos.
Relato de caso: com mediação constante do adulto, consegue relatar um fato cotidiano. Quanto as estruturas sintáticas, apresenta consciência do eu, utiliza verbos no passado, advérbios de tempo e lugar e faz uso de preposições.
Recontagem de história infantil: não consegue contar nenhuma história, por isto foi proposta a recontagem da história de Chapeuzinho Vermelho. Mesmo assim, não é capaz de atingir ao objetivo proposto.
Conclusão: a análise teve por base a produção lingüística nas três situações propostas. Fica evidente, a necessidade de intermediação do adulto para o desempenho da narrativa desta criança cega, não esperado na criança vidente. A pobreza de vocabulário, demonstra a carência de experiências de vida, impostas pela cegueira. Observamos um atraso na construção da narrativa, que nos leva a refletir sobre a importância da visão, além da audição para a aquisição da linguagem.
 
 
Contato: mariapoyares@globo.com
 

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