Código: TCL0690
CARACTERÍSTICAS DO FENÔMENO HESITATIVO NA DOENÇA DE PARKINSON
 
Autores: Julyana Chaves Nascimento, Lourenço Chacon Jurado Filho
Instituição: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGÜÍSTICOS – IBILCE / UNESP - HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU / SETOR DE FONOAUDIOLOGIA; DEPARTAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA - FFC/UNESP
 
Partindo da hipótese de que as hesitações funcionariam como marcas de momentos de tensão entre elementos lingüísticos, analisamos dados extraídos de sessões de conversações de um sujeito com doença de Parkinson (J.) – doença que tem, segundo a literatura, entre suas características, dificuldades motoras e cognitivas, manifestas inclusive na fala – e de um sujeito sem patologia neurológica (V.). Verificamos os vínculos entre as marcas de hesitação e os trechos de fala que a elas se relacionavam, observando, nessa relação: (a) que tipo de noção semântica estaria envolvido; (b) se ocorria contenção da ou abertura para a deriva; (c) se as tensões predominavam no eixo sintagmático e/ou paradigmático; e (d) se as ações sujeito-língua ocorriam antecipadamente ou reparando a deriva. Como fruto dessa observação, chegamos ao que definimos como cinco subtipos de funcionamento hesitativo: especificações, avaliações, mudanças de orientação, retomadas e tropeços. Na análise desses subfuncionamentos, observamos no sujeito parkinsoniano J., quando comparado a V.: (1) menor variedade de noções semânticas de especificação; (2) maior ocorrência de hesitações; (3) maior número de hesitações relacionadas à abertura para a deriva; e (4) maior número de tropeços. Com base nos resultados, consideramos que: a alteração da chamada contraparte cognitiva da linguagem poderia estar vinculada à dificuldade do parkinsoniano de relacionar diversos sentidos e conter a deriva; diferentes subsistemas lingüísticos estariam envolvidos no processo hesitativo; especificamente, no que se refere ao sistema fonético-fonológico, inclusive sua contraparte motora, dadas as características da doença, seu funcionamento se constitui em foco de tensão bastante recorrente no/do processo hesitativo; as variações de ocorrência das hesitações entre os sujeitos evidenciam reorganizações lingüísticas peculiares à condição patológica do parkinsonismo.
 
 
Contato: jchavesn@hotmail.com
 

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