ESTUDO DE CASO – COMUNICAÇÃO SUPLEMENTAR E ALTERNATIVA
Helena Maria Soares Panhan
Comentador(a) de Caso
 
A Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA) é exercida por diversos profissionais das áreas de saúde e educação. Na literatura, a maior parte dos autores assume a CSA como um método em si e é aplicado sob pressupostos teóricos baseados no ensino/aprendizagem de sistemas de comunicação. O reconhecimento desta prática clínica na Fonoaudiologia depende do delineamento de um método clínico que assegure um fazer que seja fonoaudiológico. Ao definir a CSA articulada à Clínica Fonoaudiológica faz-se necessário determinar a linguagem como objeto da ação clínica/terapêutica fonoaudiológica para garantir a especificidade do fazer. A CSA aparece como parte da técnica que faz uso de instrumentos como sinais gráficos dos sistemas de comunicação, palavra escrita, softwares, pranchas de comunicação, etc., frente à patologia de linguagem que interdita a oralidade. A Clínica a que me refiro está sustentada por um método clínico interpretativo/discursivo que permite o deslocamento, a apropriação da fala (não articulada) em funcionamento na interlocução. Neste sentido a indicação de CSA e início do trabalho não poderiam priorizar (ou esperar) a motricidade oral e funções estomatognáticas, já que há fala além da oralidade ultrapassando o impedimento orgânico. A resistência dos familiares (e terapeutas) parece pertinente se analisarmos a demanda e desejo legítimos de “normalidade”, ou seja, a aquisição ou retorno da fala articulada e sonora. O envolvimento da família na “nova estrutura” de interlocução pode ser determinante no desenvolvimento do processo terapêutico. Destaco três pontos no delineamento do método clínico a serem discutidos: a escolha do sistema de comunicação compreendida como “compartilhar significantes”; a introdução dos símbolos gráficos que funcionam como elementos restritivos do discurso de onde surgem campos de interlocução e a apropriação destes símbolos como forma de dizer. Resumidamente, trata-se de contemplar a CSA do lugar que considera a subjetividade do sujeito e da linguagem na clínica fonoaudiológica.
 
Contato: helena.panhan@uol.com.br
 

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