Código: OCL0485
ERA UMA VEZ JOVENS... LEITORES?
 
Autores: Karen Moutinho , Cristiane Cagnoto Mori-de Angelis
Instituição: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO/ UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
 
Considerando-se que a leitura é uma prática social-discursiva e sua realização depende de habilidades lingüístico-discursivas e do perfil de letramento do leitor, o objetivo deste trabalho foi verificar o desempenho de estudantes de quinta a oitava série de uma escola particular, durante a leitura de quatro gêneros discursivos, bem como os usos que fazem da leitura. Sobre as práticas de leitura pode-se afirmar que os entrevistados possuem um grau médio de letramento, pois utilizam portadores de texto que veiculam gêneros secundários. No entanto, a leitura está diretamente relacionada ao contexto escolar, denunciando um domínio do letramento escolar sobre o letramento social. Em relação à avaliação da leitura, o bilhete configurou-se num gênero amplamente conhecido. O pequeno número de erros deveu-se a uma dificuldade para lidar com a metalinguagem utilizada para nomear elementos constitutivos deste gênero (remetente e destinatário). A reportagem mostrou-se um gênero bastante acessível à leitura. Os erros apareceram na questão dissertativa que exigia não só localização da tese, mas também a identificação de uma relação de causa e conseqüência. Assim, a dificuldade dos alunos pareceu não se relacionar especificamente ao gênero, mas à estrutura expositiva-argumentativa ali presente. A fábula também figurou entre os gêneros de leitura adequada. As dificuldades surgiram na questão que mobilizava a compreensão de recursos lingüísticos mais complexos. A resenha de filmes concentrou o maior número de erros e as dificuldades foram de ordem lingüística (seleção e comparação entre informações e compreensão dos efeitos de sentido produzidos pelo uso da ironia). Assim, a resenha não parece figurar entre os gêneros lidos pelos estudantes. Pelo exposto, podemos afirmar que a leitura dos entrevistados, embora presente, ainda não é crítico-reflexiva. Esta característica poderá ser alcançada por meio da ampliação do letramento e do refinamento de estratégias lingüístico-discursivas mais complexas, especialmente aquelas implicadas na estrutura argumentativa.
 
 
Contato: de-angelis@uol.com.br
 

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