Código: OCV0200
DISTÚRBIOS DA VOZ RELACIONADOS AO USO FREQüENTE DE AGROTÓXICOS NO CULTIVO DE TOMATE: UM ESTUDO PILOTO.
 
Autores: Fabrícia Barbosa da Silva, Domingos Sávio Ferreira de Oliveira
Instituição: CLINVOZ * NÚCLEO DE ESTUDOS DA VOZ FALADA E CANTADA E SUAS ALTERAÇÕES
 
Introdução: Há uma preocupação das secretarias da saúde em relação à qualidade de produção de alimentos e ao uso de agrotóxicos. Os agrotóxicos podem desencadear alterações nas mucosas respiratória e laríngea dos trabalhadores rurais, acarretando grave problema social e de saúde. Objetivo: Pretende-se verificar a relação entre o uso de agrotóxicos no cultivo de tomate e distúrbios laríngeos. Método: Aplicação de questionário específico em 58 plantadores do município de São José de Ubá, noroeste fluminense e grande produtor de tomate. Os questionários foram aplicados por agentes da saúde previamente treinados e orientados pelos fonoaudiólogos. Das 58 entrevistas, selecionaram-se 10. Utilizou-se como critério relatos significativos de distúrbios vocais após o uso de agrotóxicos. Para confirmação do quadro vocal foram realizados exame laringoestroboscópico, avaliação percepto-auditiva da voz, e análise acústica através do Programa GRAM 5.7. Resultados: Constatou-se a utilização de 48 substâncias tóxicas –inseticidas, acaricidas, herbicidas, fungicidas, bactericidas...– sem a segurança e os cuidados necessários à preservação da saúde. Dentre os sintomas mais presentes destacam-se: cefaléia, náusea, vômito, prurido, cólicas abdominais, depressão, dificuldade respiratória, tosse, pigarro, secura, sensação de bolo, fonastenia, ardência e rouquidão. Dos 58 questionários aplicados, 28 apresentaram mais de 3 sintomas e/ou relato de alteração vocal, o que corresponde 48% do total. Conclusão: Não foi encontrado relato de mulheres com sintomas vocais, uma vez que não trabalham diretamente com a aplicação de agrotóxicos. O manuseio dessas substâncias químicas fica a cargo dos homens, justificando assim a grande incidência de sintomas digestivos, respiratórios, vocais e psiquiátricos na população masculina. Portanto, são imprescindíveis a obrigatoriedade dos equipamentos de segurança e a incorporação de fonoaudiólogos no quadro de profissionais da saúde dos municípios agrícolas, a fim de promover saúde vocal e assistência compartilhada no tratamento dos distúrbios laríngeos e vocais.
 
 
Contato: savio-fono@uol.com.br
 

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