Código: OED1492
O PAPEL DO CUIDADOR EM UM QUADRO DE DISTÚRBIO ALIMENTAR: RELATO DE CASO CLÍNICO
 
Autores: Ana Cláudia Figueirêdo Bravo, Denise Lopes Madureira, Luciana Serdeira Honorato Silva, Michelle Gomes Sampaio Cursino
Instituição: IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO
 
O objetivo deste estudo é descrever a intervenção fonoaudiológica em um caso de distúrbio alimentar realçando o seu papel como “coadjuvante” do processo de alimentação de um bebê. A paciente M.C.S. foi encaminhada para atendimento fonoaudiológico durante o seu período de internação hospitalar ocasionada por quadro de vômito e febre. Tratava-se da 3º internação consecutiva deste bebê, que possuia em seu histórico uma síndrome genética a esclarecer, DRGE, dificuldade de ganho ponderal, distúrbio de deglutição e suspeita de maus tratos. A conclusão da avaliação fonoaudiológica clínica, completada pelo exame da videofluoroscopia foi a de que o bebê apresentava um quadro de disfagia orofaríngea com presença de aspiração traqueal. A conduta adotada pela equipe foi a de manter a dieta por via alternativa (SNG) e atendimento fonoaudiológico. Os atendimentos foram iniciados durante a internação e se estenderam após a alta hospitalar. Nos atendimentos realizados no ambulatório, percebeu-se a importância de conscientizar o cuidador (mãe) e alertó-lo quanto aos riscos iminentes de uma piora clínica que poderiam levar o bebê à morte. Houve mudança significativa na postura da mãe, o que possibilitou desenvolver um trabalho terapêutico efetivo com o bebê. A terapeuta assumiu o papel de facilitadora do estabelecimento do vínculo mãe/bebê que trouxe como conseqüência a possibilidade de realimentá-lo. O bebê realizou uma nova avaliação objetiva da deglutição, a nasofibroscopia, que assegurou a possibilidade de manter a via oral como definitiva para garantir o seu aporte nutricional. Concluímos que o sucesso da terapia fonoaudiológica no quadro que foi descrito só foi possível com a aderência do cuidador que encontrou no espaço terapêutico da filha a possibilidade de exercer o que Winicott define como “maternagem”, sendo capaz de se comunicar com a filha e fazer a interpretação de suas reais necessidades, inclusive a de nutri-la de forma satisfatória e eficiente.
 
 
Contato: acfbravo@yahoo.com.br
 

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