Código: TEA0115
AUDIOLOGIA E SUBJETIVIDADE: UMA REFLEXÃO SOBRE O PAPEL DO FONOAUDIÓLOGO QUE ATUA NA ÁREA DE AUDIOLOGIA. ESTUDO DE CASO.
 
Autores: Juliana Rollo Fernandes, Iêda Chaves Pacheco Russo, Maria Cláudia Cunha
Instituição: PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM FONOAUDIOLOGIA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO.
 
Justificativa: o pressuposto da indissociabilidade entre corpo e psiquismo tem gerado transformações no método clínico fonoaudiológico (Cunha, 2004 e Souza, 2004). Tais efeitos incidem na audiologia (Russo, 2004). Objetivo: apontar a subjetividade individual como dimensão a ser considerada nos procedimentos audiológicos. Método: estudo descritivo e qualitativo, de um paciente, sexo masculino, 45 anos, com queixa de “crises de tontura”, encaminhado para avaliação da função vestibular, que foi realizada por meio de entrevista, avaliação audiológica e otoneurológica. Resultados: a avaliação audiológica revelou limiares de audibilidade dentro dos padrões de normalidade, bilateralmente, limiares e índices de reconhecimento de fala compatíveis com os limiares tonais, timpanogramas do tipo a e presença de reflexos acústicos contralaterais, bilateralmente, hiperreflexia em valor absoluto, bilateralmente, sugerindo síndrome vestibular periférica irritativa. Destacou-se também o sofrimento relatado pelo paciente, já que numa das “crises de tontura” havia provocado um acidente automobilístico que resultou na morte de outro indivíduo. Foi esse episódio que o levou a procurar atendimento, apesar do sintoma já manifestar-se há tempos. Discussão: qual deve ser nossa conduta diante de casos que envolvem questões psíquicas articuladas com sintomas orgânicos? Cunha (1997) comentou sobre a importância das "duas orelhas do fonoaudiólogo", uma que ouve os sintomas manifestos e outra que escuta seus conteúdos latentes. Também na clínica audiológica, devemos atender o paciente acolhendo tais demandas subjetivas, exercendo, assim, uma função terapêutica. Conclusão: pretendemos, com a apresentação deste caso, questionar a idéia de que a clínica audiológica é regida estritamente pela objetividade técnica, sugerindo novos caminhos para pensar nossa prática, valorizando a escuta terapêutica.
 
 
Contato: jurollo@terra.com.br
 

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