Código: OEM0522
“E QUANDO O PACIENTE NÃO QUER COMER?” CONSIDERAÇÕES SOBRE A RECUSA ALIMENTAR NA CLÍNICA FONOAUDIOLÓGICA
 
Autores: Aline Oliveira Ferraz, Sofia Borba de Toledo Ferraz, Suzana Magalhães Maia
Instituição: PUC - SP
 
Sabemos que o fonoaudiólogo realiza intervenções clínico-terapêuticas com pacientes que apresentam dificuldades alimentares, no que concerne a aspectos miofuncionais. O objetivo consiste em tratar a desordem funcional que dificulta a alimentação, agindo sobre as estruturas e processos envolvidos no sistema sensório-motor-oral. Neste sentido, a população atendida é diversificada, compreendendo, por exemplo, bebês de alto risco, crianças com disfunções miofuncionais orais e adultos disfágicos. Entendemos que o aspecto funcional da alimentação abrange as fases da deglutição, a saber: fase antecipatória, fase preparatória oral, fase faríngea e fase esofágica, não sendo esta última da competência do fonoaudiólogo; outros componentes da alimentação sofrem influência de fatores econômicos, sociais e culturais, cuja importância não deveria passar desapercebida pelo profissional. O objetivo deste trabalho é ressaltar a característica particular da dificuldade alimentar, ou seja, compreender que existem desdobramentos na constituição dos hábitos alimentares na vida da pessoa, que podem resultar na recusa alimentar, mesmo quando o fonoaudiólogo ajuda a estabelecer um padrão eficiente de alimentação pela a via oral. Para traçar algumas considerações, estudamos o caso de uma criança de quatro anos, desnutrida crônica, com queixa de problemas alimentares por mastigação ineficiente. Para a criança, comer algo que não gostava ou que não conhecia interferia na fase antecipatória da alimentação, que resultava em repulsa ao alimento, choro e muitas vezes em atitudes coercitivas dos pais. Investigamos na história de vida da criança a constituição do hábito alimentar, que foi marcado por conseqüências da sua prematuridade e dificuldades na introdução alimentar. A técnica fonoaudiológica deu enfoque à fase antecipatória da alimentação através de experiências lúdicas com diversos alimentos, sem necessariamente culminar na ingestão dos mesmos. Durante o processo terapêutico a criança pôde vivenciar o ato de se alimentar de forma agradável, o que contribuiu para o aumento do consumo e da variedade de alimentos ingeridos.
 
 
Contato: alineoferraz@yahoo.com.br
 

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