Código: OEL1441
AUTISMO DE ALTO FUNCIONAMENTO: CARACTERIZAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE PAUSAS DURANTE O PROCESSO NARRATIVO
 
Autores: Ana Carolina Paiva Bento, Cíntia Preto Ferreira, Jacy Perissinoto
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP/EPM
 
O sujeito com autismo, Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, apresenta déficits quantitativos e qualitativos na linguagem, com características prosódicas, entonacionais, lexicais, sintáticas, semânticas, pragmáticas e discursivas particulares, que a diferenciam da linguagem considerada normal (Baron-Cohen, 1989). Nestes últimos, a prosódia é muito relevante, tornado fundamental o estudo de pausas.
O objetivo do presente estudo foi caracterizar o uso e os tipos de pausas utilizadas por uma criança com diagnóstico de Transtorno Autista, durante o processo narrativo e, comparar tal caracterização com seus pares cronológicos. Foram registradas as narrativas de um menino com diagnóstico de autismo de alto funcionamento de 7 anos de idade e 3 crianças com média de idade de 7,6 anos que não apresentaram alteração fonoaudiológica, caracterizando o grupo controle. Para este estudo as pausas foram classificadas como gramaticais e não gramaticais. As primeiras refletem escolhas sintáticas e as últimas estão relacionadas com aspectos de demanda cognitiva, como decisões lexicais (Huddleston, 1988).
Para eliciar as narrativas foram utilizadas 5 histórias representadas por figuras, divididas em 4 cenas cada. Essas seqüências foram criadas e classificadas por Baron-Cohen, Frith & Leslie (1986) em mecânicas, comportamentais e intencionais, segundo as relações envolvidas entre as personagens. Os dados foram transcritos e os resultados obtidos analisados segundo os tipos de pausas utilizadas. Assim, o sujeito autista apresentou maior número de pausas gramaticais nas seqüências mecânicas e comportamentais e de pausas não gramaticais nas seqüências intencionais. Enquanto que as crianças do grupo controle apresentaram maior número de pausas gramaticais em todas as seqüências analisadas. Os resultados sugerem que o número e tipo de pausas estão relacionado à complexidade da narrativa, uma vez que as seqüências intencionais requerem maior demanda cognitiva, ou seja, a compreensão de inferências, aspecto do comportamento que está comprometido em casos de Autismo.
 
 
Contato: carol_fono33@yahoo.com.br
 

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