ESTUDO DE CASO – LIMITAÇÕES TERAPÊUTICAS EM QUEIMADOS E PARKINSONIANOS
Luciana Ulhoa Guedes
Apresentador(a) de Caso
Instituição: FEAD-MINAS
 
As complicações respiratórias decorrentes da aspiração pulmonar são a principal causa de morbidade e mortalidade na Doença de Parkinson (DP). A disfagia tem sido descrita em 95% dos pacientes com DP, sendo mais evidente naqueles em estágios avançados da doença. A disfagia coloca o indivíduo em risco de desidratação, desnutrição, complicações respiratórias e limitações funcionais e sociais. JVSF 72 anos, com DP ha 10 anos, Hoenh and Yahr 3,5 foi submetido à avaliação fonoaudiológica em maio de 2004. Apresentava história progressiva de dificuldades de deglutição e perda de peso. Com freqüentes eventos de tosses e engasgos durante alimentação. Fazia uso da levodopa como tratamento medicamentoso. Relatou história de duas pneumonias aspirativas em 3 meses, com internação de 40 dias. O exame de videofluoroscopia demonstrou presença de aspiração para todas as consistências alimentares. No momento da avaliação, o paciente se alimentava via sonda nasoentérica. No exame físico, observou-se disartrofonia, redução de sensibilidade, mobilidade e força dos órgãos fonoarticulatórios. Ausência de tosse espontânea e redução da elevação da laringe com atraso do disparo da deglutição. O tratamento fonoaudiológico ocorreu durante oito semanas, com a freqüência de três sessões semanais, totalizando 24 sessões. O objetivo do tratamento foi adequar os mecanismos de proteção das vias aéreas e reestabelecer a alimentação por via oral. O paciente apresentou melhora, mas permaneceu com incoordenação dos mecanismos de proteção das vias aéreas, com impossibilidade de alimentar-se por via oral. Optou-se por realização de gastrostomia. Atualmente, o paciente encontra-se adaptado à mesma e faz uso de quantidade mínima de alimento pastoso, por via oral, para satisfação. Durante o período do tratamento, o paciente apresentou complicações medicamentosas (sonolência e flutuações). A hipocinesia, rigidez e redução da coordenação de movimentos seqüenciais e automáticos que são características da DP, além das complicações medicamentosas, podem trazer limitações às intervenções de reabilitação destes pacientes.
 
Contato: luciana.guedes@fead.br
 

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