Código: OCL1606
PERFIL FUNCIONAL DA COMUNICAÇÃO DE TERAPEUTAS DE PACIENTES DO ESPECTRO AUTÍSTICO.
 
Autores: Liliane Perroud Miilher, Fernanda Dreux Miranda Fernandes
Instituição: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
 
Introdução: Desde a descrição inicial do autismo (Kanner, 1943), inúmeros estudos têm enfocado esta patologia destacando o papel da linguagem (Fernandes, 1996). Devido a isso, a terapia fonoaudiológica nesta população sempre foi um foco de pesquisas, mesmo que pouco explorado. Na interação, devemos considerar que existe uma dependência dialógica entre adulto e criança (Lier-De Vitto, 1998). Os estudos sobre a comunicação no autismo enfocam, em geral, a comunicação da criança. Alguns pesquisadores dedicam-se à díade mãe-criança e poucas pesquisas analisam a dupla terapeuta-paciente, ainda que esta díade seja teoricamente valorizada, especialmente quando se fala de intervenção precoce.

Objetivo: Levando-se em conta a importância da dupla terapeuta-paciente no processo de intervenção, o objetivo da presente pesquisa científica foi analisar o perfil pragmático de terapeutas de paciente autistas.

Método: Foram analisadas as funções comunicativas utilizadas por 6 terapeutas em interação com seis pacientes cada, constituindo um corpo de análise de 36 perfis de funções comunicativas por díade terapeuta-paciente. Todas as terapeutas faziam parte do programa de aprimoramento em Distúrbios Psiquiátricos da Infância, seus pacientes pertenciam ao espectro autístico. Para a coleta dos dados foram utilizadas as transcrições da gravação de uma sessão de terapia e analisadas segundo Fernandes, 2000. As funções comunicativas foram divididas de duas formas: mais e menos interpessoais (Cardoso e Fernandes, 2003) e instrumental, regulatória, interacional, pessoal, heurística e imaginativa (Halliday, 1975).

Resultados: as funções mais utilizadas por todas as terapeutas foram comentário, pedido de informação, pedido de ação e performativo, constituindo 76.3% do corpo total de funções.

Conclusão: o perfil funcional da comunicação das terapeutas é bastante distinto do de seus pacientes. De forma geral, as terapeutas utilizam funções para preencher o espaço comunicativo e realizar pedidos, resultado que concorda com estudos anteriores (Bernard-Optiz, 1982; Fernandes, 2000).
 
 
Contato: li_miilher@hotmail.com
 

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