RISCOS SOCIAIS E AFETIVOS |
Mariana Szymanski Ribeiro Gomes
Comentador(a) de Caso |
Instituição: CURSO DE FONOAUDIOLOGIA DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO |
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Crianças que, por suas circunstâncias de vida, estão expostas à violência, ao uso de drogas por parte dos pais e a um conjunto de experiências relacionadas às privações de ordem afetiva, cultural e socioeconômica que desfavorecem o pleno desenvolvimento bio-psico-social, encontram-se numa situação de risco. Esta situação de risco acaba se traduzindo por dificuldades nas condições de saúde de forma geral, no desempenho acadêmico e nas relações afetivas consigo mesmo, com sua família e com o mundo.
Para se desenvolver de forma plena e saudável, a criança precisa de educação, saúde, carinho, proteção, segurança, estímulos físicos e psicológicos, contatos pessoais, cultura, esporte, lazer. Tudo isso pode ser mais facilmente alcançado se houver uma base familiar sólida e uma rede social efetiva.
No atendimento à saúde da criança, incluindo o fonoaudiológico, o profissional deve valorizar o relacionamento com a díade (mãe-filho ou responsável-criança), facilitando a adesão da criança e de sua família ao tratamento e, propiciando uma participação mais ativa e de cooperação.
O processo participativo das famílias favorece a aprendizagem, valoriza as experiências e estratégias já existentes, gerando um maior envolvimento e um maior aproveitamento dos conhecimentos trabalhados.
Em alguns casos, no entanto, não é possível contar apenas com os recursos da família. Nesse sentido, a parceria pode ser feita com recursos do contexto onde a criança vive, como a creche ou a escola. O treinamento e a capacitação de pessoas da própria comunidade contribuem para a promoção da saúde, pois os conhecimentos compartilhados desenvolvem a consciência de cidadania, dando poder à comunidade para ter autonomia na busca de soluções para os problemas.
A complexidade da atenção às crianças em situação de risco passa por repensar as práticas da saúde, na medida em que a forma como os serviços estão organizados e como os profissionais se relacionam podem facilitar ou não o acesso e a permanência da criança no serviço. |
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Contato: mari.gomes@uol.com.br |
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