Código: TCF0470
COMPARAÇÃO DA TIPOLOGIA DAS DISFLUêNCIAS DE PROBANDOS GAGOS COM A DE SEUS FAMILIARES AFETADOS
 
Autores: Cristiane Moço Canhetti de Oliveira, Antonio Richieri-costa
Instituição: UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
 
A transmissão da suscetibilidade da gagueira está ligada a fatores genéticos, porém, pouco se sabe se as disfluências são ou não características geneticamente transmissíveis. O objetivo deste estudo foi comparar a tipologia das disfluências de 26 probandos gagos com a de seus 45 familiares afetados. Após aprovação pelo comitê de ética (nº 194/2001), os participantes (n = 71) assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os procedimentos utilizados foram história familial e avaliação da fluência que permitiram a análise comparativa da tipologia das disfluências dos probandos com a de seus familiares gagos, e as disfluências que apresentaram maiores índices de concordância foram: hesitações e interjeições (95,7%), repetições de palavras (91,3%), bloqueios (73,9%), prolongamentos (60,9%), revisões (56,5%) e repetições de parte das palavras (52,2%). A confiabilidade interavaliadores foi de 85%. Para viabilizar uma análise intrapar de indivíduos, formamos um grupo com 17 pares de probandos e seus familiares gagos de primeiro grau (todos moravam juntos) e o outro com 21 pares de probandos e seus familiares gagos de segundo ou terceiro grau (na maioria dos casos os familiares pouco se encontravam). Na análise com os familiares de primeiro grau, interjeições, hesitações e repetições de palavras apresentaram um índice de concordância de 94,1%, seguidas pelos bloqueios (82,4%), prolongamentos (70,6%), repetições de parte das palavras (64,7%) e revisões (58,9%). Os resultados da mesma análise feita com os pares de familiares de segundo ou terceiro grau mostraram que, hesitações e interjeições foram concordantes em 100% dos pares, repetições de palavras e bloqueios apresentaram 81% de concordância, seguidas de prolongamentos (66,7%), repetições de parte das palavras (61,9%) e revisões (57,1%). Nossos dados sugerem que as similaridades das disfluências não foram ocasionadas por imitação. Concluímos, que os achados desta pesquisa sugerem que bloqueios e prolongamentos podem ter suscetibilidade genética.
 
 
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