Código: TEL0759
ESTUDO DE CASO DE UMA AFASIA FLUENTE NA DOENÇA DE PAGET
 
Autores: Elizabeth Gonçalves Ribeiro., Juliana Wanderley C. Neves
Instituição: NEFEG
 
A necessidade da interpretação da sintomatologia afásica determina a condução do caso, pois, entendendo que a realidade da consciência é a linguagem (Bakhtin, 1997), esta sintomatologia nos apresenta a uma nova realidade do indivíduo.
O caso clínico refere-se a um empresário, 70 anos que chegou ao nosso serviço em abril/2004 com queixa de dificuldade linguagem, e histórico de Doença de Paget + AVC anterior (outubro/2003).
Utilizamos o protocolo MT86B na avaliação, caracterizando discurso fluente, jargão assemântico, nível atencional intermitente, dificuldade de compreensão e comportamento anosognósico. A interpretação do modelo de Levelt (1989) sugere maior prejuízo na etapa do conceituador, que por sua vez não gera mensagem pré-verbal deteriorando assim a etapa do formulador.
Frente à tamanha desorganização de comportamento, nos vimos diante de um sujeito cuja realidade de sua consciência, estava entregue a sua esposa, necessária em todas as suas atividades, pois não era entendido por mais ninguém. No entanto, na anamnese, a ela nem sequer mencionou a Doença de Paget, que tem papel fundamental no entendimento desta sintomatologia, visto que acarreta em dificuldade visual e auditiva, levando a um déficit de compreensão.
A eleição do programa terapêutico enfocou prioritariamente a sintomatologia relacionada à doença de Paget, através de reorganização da etapa do conceituador, pelo canal visual preferencialmente, favorecendo a atenção visual e auditiva, facilitando a compreensão de códigos através de atividades extralingüísticas, tendo como resultado a organização do comportamento, mantendo atenção sustentada e utilizando palavras reais na linguagem reativa.
A objetividade na conduta do caso só é possível, quando há uma interpretação completa dos achados, relacionando o comportamento, a linguagem, a doença de base e a integração deste indivíduo na sociedade. O terapeuta deve manter uma visão imparcial sobre a afasia, não se deixando impregnar pelas adaptações comunicativas feitas pelo outro, que não o afásico, e sim questiona-las e entende-las dentro deste todo processo, para intervir de forma eficaz.
 
 
Contato: nefeg.fonoau@openlink.com.br
 

Imprimir Trabalho

Imprimir Certificado Colorido

Imprimir Certificado em Preto e Branco