Código: OEL1006
SOBRE A AVALIAÇÃO DE LINGUAGEM DE SUJEITOS AUTISTAS - EM BUSCA DE RESIGNIFICAÇÃO -
 
Autores: Maria Fernanda Bagarollo, Ivone Panhoca
Instituição: UNIMEP-PIRACICABA E PUC-CAMPINAS
 
A avaliação de linguagem tem se voltado à detecção de “distúrbios” no funcionamento lingüístico : articulatório, gramatical e narrativo-textual dos sujeitos, pautando-se em perspectivas estruturalistas da linguagem, e apoiando-se fundamentalmente no uso de testes padronizados.
Nessa postura, o léxico tem papel central, a linguagem é fragmentada, quase sempre descontextualizada, desconsiderando as “reais” formas de participação dos sujeitos nos processos interativos e nas “redes enunciativas” que configuram o exercício da vida em sociedade.
Assim, as “avaliações objetivas” de linguagem pouco contribuem para a compreensão da relação do sujeito com a língua(gem) e para a compreensão da relação do sujeito com a comunidade em que ele se insere, com/no uso da língua(gem).
Uma visão sócio-histórica do desenvolvimento humano permite entender que os sujeitos são constituídos nas relações sociais, mediados por “ferramentas sociais” aí incluída (com todo destaque) a linguagem: atividade íntima e diretamente relacionada ao contexto histórico e social do sujeito.
Ainda que os sujeitos em questão sejam autistas.
Considerando isto, este estudo tem como objetivo propor – para sujeitos autistas – uma postura avaliativa de caráter enunciativo-discursiva e histórico-cultural, buscando resignificar as práticas fonoaudiológicas, especialmente no que concerne aos processos de avaliação destes indivíduos.
As reflexões foram construídas a partir da avaliação de quatro sujeitos autistas (dois adultos e duas crianças) em atendimento fonoaudiológico em uma instituição especializada.
Os resultados obtidos mostram : 1.) que, diante de tais sujeitos, as fronteiras entre a avaliação e processo terapêutico não são claramente delimitadas; 2.) que, no processo avaliativo, recursos como : a narratividade oral, o desenho, os jogos de regras, os jogos imaginativos e a leitura de histórias constituem-se em importantes instrumentos que permitem compreender não apenas o funcionamento da linguagem destes sujeitos mas, acima de tudo, o funcionamento deles no contexto familiar e social em que eles vem sendo constituídos.
 
 
Contato: ipanhoca@unimep.br
 

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