O PAPEL DOS CUIDADORES NO GERENCIAMENTO DAS DISFAGIAS NEUROGÊNICAS
Camila Fussi
Palestrante
Instituição: IGD
 
A disfagia pode trazer conseqüências negativas para a saúde da população com inabilidades de deglutição, como desidratação, desnutrição, pneumonias, isolamento social e desprazer alimentar. Poucos estudos relacionaram o gerenciamento da disfagia com a necessidade de um cuidador capacitado. Chadwick et al, 2002 relatam que estratégias como a mudança de utensílio e de consistências são mais facilmente realizadas que as de manutenção do estado de alerta e do ritmo de alimentação. Sabe-se que o conhecimento prévio sobre as necessidades de cuidados específicos para a alimentação e sobre os riscos causados por ela não tem relação direta com a aderência comportamental real e, embora desejável, não parece ser um indicador adequado do resultado da aderência terapêutica (Chadwick et al 2002). O processo de educação continuada aos cuidadores inclui a desconstrução de um conhecimento inadequado e a preparação para a reintrodução de dieta via oral segura, o monitoramento dos sinais clínicos de aspiração, as orientações com relação à consistência, utensílio, postura, ritmo, volume por bocado e volume total, uso de próteses dentárias e higiene oral, além das manobras de proteção e limpeza. A intervenção fonoaudiológica é terapêutica, porém também aborda o caráter preventivo da atuação. Os programas de educação continuada mais bem sucedidos tem caráter multiprofissional e foco na qualidade de vida do paciente. Quando nos deparamos com alterações lingüístico-cognitivas e comportamentais, o gerenciamento das disfagias é mais complexo e desafiador, podendo levar ao prognóstico mais reservado e à necessidade de técnicas de indução. Nas crianças com recusa/aversão alimentar o cuidador é essencial para desenvolver estratégias comportamentais de reabilitação. Devido a uma grande parcela da vida desses cuidadores estar envolvida nos cuidados desses pacientes, a satisfação pessoal e o entendimento do programa proposto e os resultados desejados devem ser considerados no momento de propor estratégias de reabilitação que demandem a colaboração dos cuidadores.
 
Contato: camilafussi@uol.com.br
 

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