PROCESSAMENTO AUDITIVO: ASPECTOS ATUAIS |
Lílian Muniz
Palestrante |
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O processamento de sons ao longo das vias auditivas envolve a participação de redes neuronais complexas, assim como, de funções mentais superiores. Desvios ou dificuldades em determinadas conexões podem frustrar ou mesmo impedir o aprendizado de certos conhecimentos. Estudos visando elucidar o processamento central da informação auditiva, e mais especificamente o processamento temporal em sua relação com a aquisição e o desenvolvimento normal de linguagem vem se acentuarando. O Random Gap Detection Test avalia a detecção de intervalo aleatório de sons dióticos e objetiva identificar e quantificar desordens do processamento auditivo temporal. Estas desordens estão relacionadas à déficits de processamento fonológico, problemas de discriminação auditiva recepção de linguagem e leitura. Elaborado por Robert Keith, consiste em identificar o limiar de detecção de Gap. Keith (2000) considerou normais crianças que apresentaram limiares de detecção de Gaps de até 20 ms, em três das quatro freqüências testadas (500 a 4000 Hz). Chelminski; Muniz (2004) encontraram diferença significativa entre as médias dos Gaps para as freqüências de 500 Hz e 4000 Hz e não encontraram diferença significantiva em relação ao sexo; à faixa etária e à série escolar. Os autores mencionados estudaram, respectivamente, crianças com idade entre 5 a 11 e entre 7 a 11 anos, ouvintes e sem problemas de desenvolvimento. O desenvolvimento das habilidades auditivas temporais parece seguir o curso da neuromaturação, melhorando com o aumento da idade e atingindo padrões iguais ao dos adultos por volta dos doze anos de idade (HALL;GROSE,1994; CHERMAK;MUSIEK,1997). Portadores de distúrbios de linguagem precisam de processamento temporal mais longo e apresentam dificuldades para discriminar, sequencializar ou lembrar estímulos breves em uma sucessão rápida (TALLAL et al., 1997; MERZENICH et al., 1996;MUSIEK, 2001). As habilidades auditivas temporais contribuem para o conhecimento dos sons da fala, garantindo a aquisição e o aprendizado do sistema de linguagem (SANTOS, NAVAS; PEREIRA, 1997) e por esta razão, a sua avaliação, merece estar incluída na rotina de avaliação do processamento auditivo. |
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Contato: lilianmuniz@aol.com |
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