ESTUDO DE CASO – DGD QUESTÕES DE LINGUAGEM
Lucila Maria Pastorello
Comentador(a) de Caso
Instituição: UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
 
A clínica fonoaudiológica com crianças e jovens que recebem o diagnóstico de Distúrbios Globais do Desenvolvimento (DGD) representa uma oportunidade interessante de estudar a linguagem e seus desvios. O que se observa ao atender estas crianças e jovens é uma grande variabilidade de maneiras de lidar com a linguagem, que vai da ausência de fala à verborragia. Independentemente das variações estruturais da linguagem, é possível perceber, nesta população, dificuldades discursivas, mesmo entre aqueles que são muito falantes; as questões dialógicas, em senso estrito ou amplo, parecem ser uma dificuldade comum. O que estaria na base desta dificuldade é justamente o que intriga e movimenta pesquisadores das mais diferentes formações. Assim o Autismo e a Síndrome de Asperger, por exemplo, se apresentam como grandes enigmas e merecem mais atenção acadêmica do que quadros com maior incidência na população, mas que são menos provocativos. O que se coloca nesta discussão é a reflexão sobre as questões discursivas que podem ser observadas nos Distúrbios Globais do Desenvolvimento, especialmente na Síndrome de Asperger. Por que é tão difícil conversar com crianças descritas como falantes, com ótima memória, algumas vezes hiperléxicas e muito interessadas em assuntos específicos ? Por que ora parecemos não compreender estas crianças, ora parece que não somos compreendidos? As diversas teorias neuropsicológicas e psicodinâmicas tem tentado responder a estas questões, buscando suporte nas relações entre a estruturação mental/psíquica e a linguagem. O fonoaudiólogo reúne particularidades em sua formação e sua prática, que legitimiza sua inserção nesta discussão, quer seja trazendo caracterizações estruturais, pragmáticas ou discursivas da linguagem.
 
Contato: lucilap@uninet.com.br
 

Imprimir Palestra