CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DAS TÉCNICAS TERAPÊUTICAS NA CLÍNICA DA DISFAGIA
Ana Maria Furkim
Coordenador(a)
Instituição: I G D
 
O estudo das técnicas terapêuticas empregadas em pacientes com o sintoma de disfagia tem sido alvo de crescente interesse nos últimos anos, principalmente nas disfagias de origem neurogênica, que são as de mais difícil agrupamento para estudos controlados, devido à heterogeneidade das amostras. Nos pacientes com disfagias mecânicas é de grande aplicabilidade técnicas que necessitam do entendimento de comandos verbais e do controle motor sobre as estruturas remanescentes dos pacientes para que estes promovam movimentos compensatórios ou de atitude biomecânica preventiva, como as manobras de reabilitação: supraglótica, supersupra-glótica, de esforço e de mendelsohn e exercícios miofuncionais. Já nas disfagias de origem neurogênica com comprometimento cognitivos, do nível de consciência ou de grave comprometimento motor que tenha atingido região de tronco, cervical e membros superiores, também podemos encontrar dificuldade na reprodução de exercícios ou técnicas mais elaboradas. Assim, o estudo de abordagens indiretas (mudanças nas consistências, volumes, utensílios, ritmo, postura), técnicas de facilitação ou indução (movimentos que possam ajudar o paciente a deglutir), que podem ser acionadas em pontos intra-orais ou corporais. Porém, estas técnicas, apesar de bom resultado clínico relatado pelos terapeutas, tem poucos estudos comprovando seus resultados em disfagia neurogênica. Grande parte dos estudos levantados mostra melhora no movimento isolado e/ou na função da deglutição, mas nem todas na função de deglutição no ato da alimentação. Porém, nos distúrbios mais graves, nos quais vários estágios das fases da deglutição foram atingidos a busca é por otimizar todas as funções e capacidade de movimentação muscular para proteção das vias aéreas. O grande avanço nas discussões em torno das terapias talvez venha sendo a avaliação da capacidade do paciente em proteger as vias aéreas, podendo o terapeuta utilizar técnicas mais arrojadas ou melhorar essa capacidade se for necessário, antes de aplicar técnicas específicas de reintrodução de via oral.
 
Contato: anafurkim@disfagia.com.br
 

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