Código: OCL0149
CONDUTAS ARGUMENTATIVAS EM CRIANÇAS COM RETARDO DE LINGUAGEM |
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Autores: Patrícia Pupin Mandrá |
Instituição: UNAERP/UNESP |
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A argumentação é uma negociação entre interlocutores que promove a construção de conhecimento cognitivo-lingüístico. Fundamentados pelo interacionismo lingüístico, nosso objetivo é discutir a gênese e uso de condutas argumentativas em quatro crianças (4 a 6 anos) com retardo de linguagem, e uma proposta terapêutica discursiva. Realizamos a filmagem da díade terapeuta-criança durante 6 meses em sessões semanais de 50m. Transcrevemos o corpus buscando indícios de condutas argumentativas através da localização na macroestrutura de termos modais, “porque, mas, já que”, marcas do discurso em questão, e como se dava à estruturação desses operadores e mecanismos argumentativos na microestrutura. O corpus foi categorizado em: enunciados ligados ao real; percepção fragmentária de elementos visíveis; dificuldade no uso do código lingüístico; incorporação do discurso do outro e gêneros argumentativo, justificativo e explicativo. Observamos uma ocorrência maior de formas semióticas elementares como olhares, gestos e expressões faciais e/ou corporais e enunciados verbais cujos significantes são indícios, sinais ou elementos perceptíveis, visíveis e palpáveis, ligados ao objeto real presente no contexto imediato, indicando uma percepção fragmentária e detalhista relacionada à perspectiva que a criança tem sobre eles. Ocorreram situações de reciprocidade e (re)construção da estrutura comunicativa lingüística nas interações dialógicas vivenciadas pela díade. A conduta argumentativa, quando presente, era baseada em elementos concretos e relações implícitas, portanto considerada pré-argumentativa. Constatamos a influência do discurso materno e paterno na formação subjetiva das crianças em estudo. Concluímos que a partir da pluralidade das situações discursivas terapêuticas, a criança irá constituir-se como interlocutor, incorporando o argumento do outro, deslocando-o da sua situação de uso, podendo negociá-lo ou (re) negociá-lo e assim poderá evoluir no uso do sistema comunicativo e na estruturação formal da linguagem. Para tal, devemos criar um contexto com oposição e contradição sobre os temas abordados, que são condições pragmáticas para o surgimento da argumentação. |
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Contato: patriciamandra@hotmail.com |
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