Código: OCF0119
ASPECTOS ACÚSTICOS DE DURAÇÃO DA EMISSÃO ESPONTÂNEA DE PALAVRAS EM INDIVÍDUOS GAGOS.
 
Autores: Cláudia Fassin Arcuri, Ellen Osborn, Brasilia Maria Chiari, Ana Maria Schiefer
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP/EPM
 
Introdução: Dentre as desordens da fluência, a gagueira destaca-se como um transtorno que se manifesta por alterações temporais da fala, ou seja, por rupturas involuntárias no fluxo da expressão falada (Bloodstein, 1995).
Atualmente, observam-se inúmeros estudos que analisam os aspectos temporais da fala dos gagos por meio da análise acústica e estes têm fornecido informações, por vezes, diferentes, daquelas encontradas na fala dos indivíduos não gagos (Healey e Ramig, 1986; Ciboto e Navas, 2001;Schiefer et al, 2003; Pereira, 2001; Colacicco ,2003; Arcuri et al, 2004).
Objetivo: Comparar a duração da emissão de palavras durante a fala espontânea, em indivíduos gagos e não gagos.
Método: Foram selecionados em um ambulatório de atendimento fonoaudiológico de hospital público, 9 indivíduos diagnosticados como gagos, com diferentes graus de severidade (Riley,1994), alfabetizados, maiores de 18 anos , durante o ano de 2004. Os amostrados foram comparados a um grupo controle de 9 indivíduos, pareados por sexo e faixa etária, sem queixas de comunicação.
Foram coletadas amostras de fala de todos os participantes através do reconto de uma história “O urubu e as pombas” (Luria, 1990), gravadas em MiniDisc Sony, em sala acusticamente tratada. Das amostras digitalizadas e transcritas foram selecionadas as palavras mais comuns da história: “urubu”, “casa”, “pombas” e “branco”, sempre em situação de fluência. Estas foram analisadas acusticamente quanto a duração total da palavra emitida, através do programa Praat 4.2.
Resultados: observamos diferença estatisticamente significante na duração da palavra “casa” emitida pelos indivíduos gagos quando comparados com os normais (35,47% maior duração; p=0,0391). Embora tenha sido observado maior duração na emissão das outras palavras analisadas no grupo dos indivíduos gagos, não foram observadas diferenças estatisticamente significantes em relação ao grupo controle.
Conclusões: Verificamos que os indivíduos gagos selecionados despenderam tempo maior na emissão espontânea das palavras analisadas, quando comparados com indivíduos normais.
 
 
Contato: clauarcuri@yahoo.com.br
 

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