Código: OCS1705
DIFICULDADES ORAIS E A PRÁTICA DA AMAMENTAÇÃO EXCLUSIVA DOS RECÉM-NASCIDOS DE BAIXO PESO AO NASCER (RNBP) INTEGRANTES DO MÉTODO MÃE-CANGURU
 
Autores: Maria Teresa Cera Sanches, Tereza Etusuko da Costa Rosa
Instituição: INSTITUTO DE SAÚDE/ NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO EM SAÚDE MATERNO-INFANTIL/ SES/SP;FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA/USP
 
Introdução
Apesar do Método Mãe-Canguru (MM-C) ser um facilitador para a prática da amamentação exclusiva (AME), esta ainda é pouco utilizada nos serviços, por ser um processo complexo, envolvendo vários fatores, entre eles as dificuldades orais dos RNBP.

Objetivo
Descrever alterações no funcionamento motor-oral dos RNBP e uso de complementação (leite materno ordenhado) verificando a influência destes na prática da AME na fase hospitalar e no terceiro mês de vida.

Metodologia
Coorte retrospectiva de 111 duplas mães/RNBP assistidos no MM-C em hospital público. Incluíram-se RNBP com peso de nascimento < 2250 gramas; Apgar (5’) > 7; MM-C integral e que freqüentaram o ambulatório por três meses. Excluíram-se mães/RNBP com impedimentos para a amamentação.
Variáveis estudadas:
- Dependente: Interrupção da AME na fase hospitalar e no 3º mês.
-Independentes: Avaliação fonoaudiológica da amamentação (fase hospitalar e ambulatorial), intercorrências clínicas; tempo de sonda gástrica; uso de copinho (leite materno ordenhado); intercorrência mamária; intercorrência nos mamilos; alimentação na alta; uso chupeta; queixa da mãe; intercorrência amamamentação; dificuldades orais.
Para análise dos dados utilizou-se teste de associação de qui-quadrado (Pearson), ao nível de 5% de significância.

Resultados:

Dos RNBP estudados (peso médio nascimento=1624g, idade gestacional=33 semanas e PIG=46,5%), estavam em AME 97% (alta hospitalar) e 66% (3.º mês); 87% apresentaram dificuldade de pega na mamada, 95% fizeram uso de complemento (leite humano ordenhado) pelo copinho. Nenhum deles utilizou mamadeira.
A interrupção da AME na fase hospitalar associou-se estatisticamente com: acoplamento labial insuficiente (p=0,04); abertura boca insuficiente (p=0,02); padrão mordedor (p=0,05). No 3o mês, a interrupção da AME associou-se com pega ao peito inadequada (p=0,01); retração lingual (p=0,05); intercorrência na mamada (p=0,01); dificuldade oral (p=0,01); queixa da mãe (p< 0,001) e uso de chupeta (p<0,001).

Conclusão: A identificação precoce das dificuldades orais e o trabalho fonoaudiológico contribui para a melhoria da prática AME dos RNBP.
 
 
Contato: mtsanches@isaude.sp.gov.br
 

Imprimir Trabalho

Imprimir Certificado Colorido

Imprimir Certificado em Preto e Branco