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Histórico

Histórico


Os primeiros cursos de Fonoaudiologia no Brasil foram criados na década de 60, na Universidade de São Paulo (1961) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1962). A partir de então, os profissionais começaram a se organizar e, na década seguinte, realizaram movimentos para o reconhecimento dos cursos, com a aprovação do Plano de Curso e do Currículo Mínimo em 08/09/76 com 1800 horas, bem como da profissão. A luta incansável pelo reconhecimento da profissão continuou e em 09 de dezembro de 1981, o Presidente da República sancionou a Lei nº 6965 que regulamentou a profissão de fonoaudiólogo. Assim, em 1984 foi instituído um Novo Currículo Mínimo para a formação do fonoaudiólogo, com 2700 horas, e o Conselho Federal de Fonoaudiologia iniciou as atividades, seguido pelos Conselhos Regionais da 1ª e 2ª regiões em 1986. A partir de então foram sendo criados os demais Conselhos Regionais.

A Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia – SBFa foi criada em 1989 durante o I Congresso Internacional de Fonoaudiologia, realizado na cidade de Fortaleza-CE. Permaneceu instalada nesse estado até ser transferida para o Rio de Janeiro-RJ, quando passou a colocar em prática seu primeiro Estatuto Social, dando continuidade à realização de seus primeiros congressos. Nos anos 90, foi transferida para São Paulo-SP e em 2001 adquiriu sua sede própria (Rua Barão do Bananal, 819 - Vila Pompeia, São Paulo-SP), onde pôde organizar seu acervo e modernizar sua comunicação com os associados, criando um Boletim Eletrônico e ampliando o uso de listas de discussão. Permaneceu sediada nesse local até 2010, quando, com a venda da antiga, sede adquiriu novo imóvel (Alameda Jaú, 684, 7º andar - Jardim Paulista, São Paulo-SP), local que permanece até os dias atuais.

Em 2000 foi aprovado um Estatuto Social mais moderno e adequado ao novo código civil, implementando na estrutura e organização da SBFa os Conselhos Fiscal e de Administração, a Comissão de Ensino, a Comissão de Mérito e os Departamentos com seus respectivos Comitês Científicos. Ao longo dos anos, com o desenvolvimento das atividades da SBFa, teve início em 2010 um processo de modernização da estrutura da SBFa e da descentralização, que resultou em mudanças estatutárias e na participação ativa da Diretoria Expandida. Desse modo, fez-se necessária uma revisão do Estatuto Social, aprovado em 2013, seguido pela aprovação do Regimento Interno (2014).

No campo da produção científica, em 1997 a SBFa iniciou a publicação de sua primeira revista - Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (ISSN 1516-8034), inaugurando um importante dispositivo de divulgação da produção cientifica da área. Em 2012, o gerenciamento dessa revista foi transferido à Academia Brasileira de Audiologia - ABA, sob a denominação Audiology – Communication Research – ACR (ISSN 2317-6431). A partir do ano de 2010, o Jornal da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (on-line ISSN 2179-6491) também passou a ser uma publicação técnico-científica de responsabilidade da SBFa, em continuidade à Pro-Fono Revista de Atualização Científica (ISSN 0104-5687). Mais tarde, após discussões e reflexões entre os pesquisadores de diversos Programas de Pós-Graduação da área, em 2014 o Jornal da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia passou a ser denominado Communication Disorders, Audiology and Swallowing – CoDAS (on-line ISSN 2317-1782), com a finalidade de alcançar maior abrangência internacional. Além da indexação na base de dados SciELO, atualmente a CoDAS também mantém indexação na base Medline e está em processo de avaliação pelo Institute for Scientific Information - ISI.

Outro importante marco científico da SBFa se deu com a publicação da 1ª edição do Tratado de Fonoaudiologia em 2004, que trouxe à área referência de inúmeras possibilidades de atuação do fonoaudiólogo na realidade brasileira. Uma 2ª Edição dessa importante obra científica da área ocorreu em 2009. Mais tarde, em 2015, o Tratado das Especialidades em Fonoaudiologia também foi uma obra publicada pela SBFa.

A integração com as Instituições de Ensino Superior, por meio de seus Cursos de Graduação e Programas de Pós-Graduação, foi intensificada na década de 2000, no debate de questões relevantes para o desenvolvimento científico e acadêmico da área. Em 2004 participou Seminário Aprender SUS, quando foi criado o Fórum Nacional de Educação das Profissões na Área de Saúde (FNEPAS). A SBFa integrou o FNEPAS junto com outras associações de ensino. Incialmente desenvolveu em 2006 “Oficinas de Sensibilização de Docentes e Discentes para o SUS”, em 5 regiões do país com um projeto financiado pelo Ministério da Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde. Em 2006 participou do Projeto Coletivo FNEPAS que desenvolveu seminários nacionais envolvendo as 14 profissões da área da saúde sobre os temas: a) Diretrizes Curriculares e Processos de Mudança; b) Metodologias Ativas de Ensino-Aprendizagem; c) Trabalho em Equipe Multiprofissional; d) Integração Ensino-Serviço-Comunidade; e) Integração Inter e Intracursos. Essas temáticas foram incorporados à pauta da Comissão de Ensino da SBFa e dos seus congressos. Em 2010, a SBFa, alinhada ao FNEPAS, indicou representantes para as câmaras técnicas de: Apoio Diagnóstico e Terapêutico, Especialidades Clínicas e Cirúrgicas; Atenção Básica/Saúde da Família e da Comunidade/Saúde Coletiva; Saúde Mental, Saúde Funcional e, posteriormente, Saúde Ambiental. Em encontros de Coordenadores de Cursos de Graduação promoveu a discussão sobre mudanças necessárias às Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Fonoaudiologia. A Comissão de Ensino produziu uma proposta de reformulação das diretrizes promulgadas em 2002. O documento em breve será encaminhado aos Ministérios da Saúde e da Educação.

Cabe lembrar também que a SBFa desenvolve cooperação técnica para a construção e implementação de políticas públicas, a partir da articulação com os Ministérios da Saúde e da Educação, e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, na perspectiva do direito ao acesso às práticas fonoaudiológicas e sua qualificação.

Igualmente importante dizer que a representação ativa da SBFa passou a ser ampliada a partir de 2006 não só em fóruns nacionais como o Fórum de Pós-Graduação em Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, mas também em fóruns internacionais como o Comitê de Educação da International Association of Logopedics and Phoniatrics - IALP e o Comitê de Assuntos Internacionais da American Speech-Language Hearing Association – ASHA.

Ao longo dos anos fortaleceu também a parceria com o Conselho Federal de Fonoaudiologia, que participa ativamente dos Congressos promovidos pela SBFa e que, a partir de 2016, passou a apoiar financeiramente parte relevante das despesas da editoração da revista CoDAS. Em busca de manter a sustentabilidade financeira, a SBFa tem pleiteado e obtido auxilio de órgãos de fomentos para a realização de seus congresso e edição da revista CoDAS, tais como CNPq, CAPES e FAPESP. Vem ainda desenvolvendo um amplo conjunto de atividades de formação (cursos, oficinas, palestras, reuniões científica) na busca de fomentar o debate e a reflexão crítica da pesquisa, educação e assistência desenvolvida pela área. Assim, a partir de 2017 passou a publicar Boletins eletrônicos semanalmente com a colaboração dos Departamentos Científicos, Comissão de Ensino e Diretoria Executiva. Nesse período reformulou o Site e constituiu uma série de ações para garantir a sustentabilidade e o desenvolvimento de sua missão institucional.

Retomou a discussão com entidades e associações científicas de áreas afins tendo firmado parcerias com a International Society for Augmentative and Alternative Communication (ISAAC) do Brasil, com a Associação de Câncer de Boca e Garganta, a Fundação de Otorrinolaringologia, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, a Sociedade Brasileira de Neuropsicologia, Associação Brasileira do Sono, Academia Brasileira de Audiologia, Associação Brasileira de Motricidade Orofacial, Associação dos Fonoaudiólogos de Mato Grosso do Sul, entre outras, propiciando a ampliação da interação de pesquisadores sócios da SBFa e pesquisadores dessas instituições.

Recentemente foi convidada a participar do Fórum das Entidades Nacionais dos Trabalhadores da Área da Saúde (FENTAS - Conselho Nacional de Saúde) e da Comissão Intersetorial de Recursos Humanos e Relações de Trabalho do Conselho Nacional de Saúde – CIRHRT/CNS.

Desse modo, a SBFa tem procurado participar ativamente de todo o processo de luta pelo reconhecimento da área. Tem consciência de que tem um longo caminho a percorrer para que a ciência e a atuação fonoaudiológica possam influir nas políticas públicas e melhorar a qualidade de vida da população.